29 de jan. de 2015

AS SOMBRAS DE AUSCHWITZ




(Hoje em Dia) - O mundo comemorou, ontem, na Polônia, os 70 anos da libertação (foto), por soldados da antiga União Soviética, do campo de extermínio de Auschwitz,  talvez o mais terrível exemplo do exercício da discriminação e do mal, na história humana,  e da máquina de genocídio nazista.


Auschwitz destacou-se, entre os outros e numerosos campos de concentração e de extermínio.

 

Não pela perversidade de seus oficiais, dos guardas e dos kappos, prisioneiros que controlavam as barracas em que se amontoavam, às centenas, seres humanos esquálidos e  sub-alimentados, doentes e torturados pelas ameaças, as pancadas, o frio e assombrados pela perda de seus pais, mulheres e filhos, assassinados, muitas vezes, na sua frente,  comuns a outras sucursais do inferno, como Sobibor, Maidanek, Belsen e Treblinka.


Mas, principalmente, por sua escala inimaginável, gigantesca, da qual tomava parte o campo vizinho de Birkenau, e pela organização metódica, planejada, de suas instalações. Elas foram planejadas para o roubo dos pertences, a exploração e a morte de milhares de pessoas por dia, da recepção dos prisioneiros, em sua dantesca estação ferroviária, até sua execução a tiros, por extenuação, espancamento ou em câmaras de gás, com a posterior destruição do corpo em fornos crematórios, em uma especie de matadouro tão bem organizado, que tudo era aproveitado, do ouro das jóias e dos dentes, ao cabelo dos prisioneiros, usado para forrar botas de inverno.


O fato de o presidente Vladimir Putin, líder do país herdeiro da URSS, potência que libertou Auschwitz, e venceu a batalha de Berlim, derrotando a Alemanha Nazista e levando Hitler ao suicídio, não ter sido convidado, é significativo.


Principalmente, quando se leva em consideração, que, na cerimônia,  como convidado, esteve presente Petro Poroshenko, presidente da Ucrânia, país de origem de muitos dos guardas que trabalhavam em Auschwitz, e em outros campos, auxiliando prazeirozamente os SS nazistas, na vigilância, tortura e morte de milhares de homens, mulheres e crianças das mais diferentes origens.


Na Ucrânia de hoje, desfilam orgulhosamente neonazistas, e cresceram, vertiginosamente, depois da derrubada do governo que estava no poder anteriormente,  os ataques a judeus, ciganos - dos quais milhares também morreram em Auschwitz - e outras minorias.   


Por mais que os revisionistas e deturpadores da história - extremamente ativos nos últimos tempos -  insistam em equiparar russos e nazistas, a verdade é que quando um criminoso nazista era capturado pelos soviéticos, ele era julgado, e na maioria das vezes, condenado  à morte ou a pesadas penas de prisão, enquanto a maioria dos que foram apanhados pelos norte-americanos e pelos alemães ocidentais, mais tarde, permaneceram impunes, ou se tornaram colaboradores de organizações como a CIA durante a Guerra Fria -  morrendo gordos e velhos, na cama, como não mereciam.

5 comentários:

  1. Em todas as tragedias humanas tem o dedo deles. Os ladrões. Sorrateiros e assassinos.

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  2. Caro Mauro,

    As suas referencias aos alemães, russos e americanos merecem alguns comentários. Os alemães mataram ou deixaram morrer de fome em campos de prisioneiros (não me refiro aos campos de concentração) entre 5 e 7 milhoes de soldados russos. Os russos mataram centenas de milhares de prisioneiros alemães e, entre 500 mil e 1 milhão, morreram de frio, fome e doencas em campos de prisioneiros. Uma pequena minoria foi julgada pelos russos diretamente e executada "legalmente". Os americanos capturaram muitos nazistas, participaram em varios julgamentos (Nuremberg sendo um deles) e, de forma geral, foram os que mais civilizadamente se comportaram em meio as atrocidades generalizadas. Em resumo, estas referencias a americanos "bonzinhos" e russos "julgando" a escoria nazista não tem um apoio concreto na Historia.

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  3. Anônimo3/2/15 02:54

    Senhor anônimo, as referências de Mauro Santayana têm, sim. apoio concreto na história, sugiro ler o seguinte link, em inglês, que se refere a exaustivo livro sobre o assunto:

    http://www.democracynow.org/2014/10/31/the_nazis_next_door_eric_lichtblau

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  4. Anônimo3/2/15 12:52

    Senhor Anonimo tambem,

    O senhor quer dizer que os russos não usaram muitos dos alemães capturados em seus projetos nos anos 50, 60 e 70??!! Qualquer livro de Historia que se preze confirma a utilização dos mesmos por varios paises. Favor incluir aqui a França e a Gra-Bretanha. Utilizar um antiamericanismo da epoca do "Yankees, go home" na analise de fatos historicos não tem sentido...

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  5. Anônimo4/2/15 08:27

    Não amigo, quero dizer que os únicos que usaram assassinos - e não cientistas, por que o tema do artigo não trata disso - foram os norte-americanos.O autor não se refere a técnicos em foguetes, mas de genocidas, que mataram às vezes com as próprias mãos, mulheres e crianças.

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