28 de abr. de 2012

A ALIANÇA DO PACÍFICO E A NOVA ESTRATÉGIA NEOCOLONIAL


(blog) - Com a queda do muro de Berlim, vicejou a teoria, em meio a certos “pensadores” ocidentais – festejada e divulgada por diferentes grupos de comunicação - de que chegáramos ao “fim da história”, com a imposição definitiva do ideário neoliberal em um novo mundo, de permanente “Pax Americana”. Nesse período, que durou até a chegada do novo milênio, o Ocidente achou que poderia redividir o planeta e a Espanha alimentou, baseada em sua súbita e artificial prosperidade, o sonho neocolonial de promover nova reconquista no espaço geopolítico latino-americano.

Para isso, a diplomacia e os ”think-tanks” espanhóis resgataram até mesmo um velho termo, a “Íbero-américa”, um continente mítico que, começando nos Pirineus, chegaria até a Terra do Fogo, englobando a Espanha, Portugal, México, a América Central, e todos os países da América do Sul, até os limites do Estreito de Magalhães.

Transformados, de repente, em novos-ricos – esquecendo-se de que sua qualidade de vida assim como o relativo poder de suas empresas advinha de bilhões de euros em ajuda da União Européia para o desenvolvimento, repassada pela França e a Alemanha; e de dinheiro barato, a juros baixíssimos, emprestado a seus bancos pelo Banco Central Europeu - a Corte, os banqueiros, os políticos neo-liberais espanhóis e os aventureiros de ocasião se lançaram, com o ânimo de um Cortez, ao saqueio da América Latina.

O estrangulamento da maioria dos nossos países pela inflação – e por dívidas questionáveis -, e a ausência de iguais condições de acesso a crédito farto e barato por parte do nosso empresariado levou ao maior processo de desnacionalização da história.

Um processo que foi trágico para a iniciativa privada, com a entrega de empresas centenárias e de sua tecnologia para estrangeiros como aconteceu com a Metal Leve, do saudoso José Mindlin, por exemplo. Mas que foi muito pior, e particularmente nefasto, no setor público, no qual novos cruzados ibéricos como Emilio Botin, do Santander, Antonio Brufau, da Repsol, Cesar Alierta, da Telefónica e oportunistas como Gregorio Marin Preciado – alguns deles hoje investigados por sonegação de impostos e lavagem de dinheiro - contaram com a abjeta e interessada cumplicidade dos colaboracionistas de sempre para o desmonte, esquartejamento e desnacionalização do patrimônio nacional e dos nossos ativos estratégicos.

No Brasil, está provado, hoje, que os excitados seguidores do Consenso de Washington gastaram mais dinheiro (engordando as galinhas para a entrega às raposas durante a “preparação” das estatais para a privatização) do que arrecadaram, para o Tesouro, com os leilões dessas privatizações.

Alegou-se à época, que seria abatida a dívida pública, mas a relação dívida/PIB praticamente dobrou em oito anos. Foi dito que o preço das tarifas ia diminuir para o consumidor, mas em telefonia ou banda larga, por exemplo, pagamos, segundo instituições internacionais, as mais altas faturas do mundo. Isso sem falar, em primeiro lugar, da péssima qualidade dos serviços - que já levou à proibição da venda do Speedy da Telefónica em São Paulo durante algum tempo.

Quem quiser confirmar o extravagante e nocivo conteúdo da Lei Geral de Telecomunicações - aprovada no governo FHC e voltada para penalizar o tempo todo o consumidor - que se informe na ANATEL, ou tente resolver algum problema – por telefone -com a sua operadora. A Lei prevê até mesmo orelhões que não “precisam” completar chamadas interurbanas. E nem é necessário falar da propalada universalidade de acesso à telefonia e à internet. Quem mora no interior, que se habilite.

Outro argumento da época era o da existência de “cabides de emprego” nas estatais. Neste quesito, basta lembrar que Antonio Carlos Valente, Presidente da Vivo no Brasil, foi um dos homens que comandou, desde o início, a privatização da telefonia em nosso país, e um dos primeiros conselheiros da ANATEL - criada justamente para fiscalizar seus futuros patrões. E que o genro do Rei da Espanha - que, como entendido em telecomunicações é um excelente jogador de polo - encontra-se “pendurado no cabide” no Conselho da Telefónica do Brasil, ganhando, há muito tempo, dezenas de milhares de euros por ano.

A farra privada com as estatais foi tão grande, e os ganhos tão fartos, que Francisco Luzón, o “executivo” do Santander que comandou o processo de aquisição do BANESPA, aposentou-se há poucos meses, levando para casa, como recompensa por seu trabalho na América Latina, uma gratificação de 70 milhões de euros, ou a módica quantia de 175 milhões de reais.

Na telefonia, no petróleo, no sistema financeiro, a tática espanhola é investir o mínimo e levar o máximo de lucro para a Europa. Se for preciso colocar dinheiro, que outros o façam, como ocorreu com Santander Brasil, que quando precisou levantou dinheiro no nosso próprio mercado com uma OPA : e com a Repsol do Brasil que vendeu parte do capital para a SINOPEC chinesa.

Precisou de recursos para cumprir sua obrigação: investir em expansão da infraestrutura, por exemplo? Pegue-se com o BNDES, a juros subsidiados, como aconteceu como a Vivo no ano passado que recebeu do nosso principal banco de fomento três bilhões de reais emprestados. Sem deixar, nem por um momento, de enviar, para a matriz, suas remessas de lucro de bilhões de euros por ano.

Pois é, como dizem os italianos, tanto trovejou, que chove. A Argentina se cansou do descaramento das empresas espanholas. Transformada - graças às privatizações - de nação produtora em país importador de petróleo, resolveu retomar o controle da YPF, Yacimientos Petroliferos Fiscales, desnacionalizada no governo neoliberal de Carlos Saul Menem.

O governo de Cristina Kirchner interveio na empresa na semana passada, destituindo os “executivos” espanhóis da Repsol e trocou a segurança do prédio. Os bons moços, como abutres, “secaram” os poços que encontraram funcionando quando compraram a empresa, mandando os lucros para o exterior, sem arriscar um centavo de peso para explorar novas reservas.

Com um risco-país de quase 500 pontos, o povo espanhol se encontra acossado pela desastrada situação em que o meteu a incompetência de sua elite dirigente. Mesmo assim, a direita conseguiu se eleger, usando a xenofobia para colocar a culpa não nos banqueiros, mas na imigração. E trata de ir, agora, ainda mais fundo contra os cidadãos, retirando e ”flexibilizando” os direitos dos trabalhadores, na saúde, na educação e no trabalho.

O Governo do Primeiro-Ministro Mariano Rajoy - como o rato que ruge – ameaçou agir com “contundência” e afirmou que a decisão da Presidente Cristina Kirchner acarretará para a Argentina, “duras consequências”.

Como a Itália, no caso Battisti, a Espanha pediu ajuda da Comunidade Econômica Européia, que - com exceção de algumas declarações protocolares – lavou as mãos e disse que não existem tratados que lhe permitam interferir no assunto, que deve ser visto como uma questão bilateral. A mídia ocidental exerceu - com alguns de seus representantes locais - seu direito de espernear. Em visita ao Brasil, Hillary Clinton afirmou que a Argentina deve "justificar e assumir sua decisão" e, coerente com a cantilena - tão desfiada e tão praticada pelos EUA - de defesa do "livre mercado, lembrou que em energia e commodities a liberdade é o melhor modelo de concorrência e de acesso aos mercado.

A Espanha, no entanto, ficou decepcionada. Seu Ministro de Relações Exteriores disse que esperava mais de seu "aliado" norte-americano, ao qual seu país tem sido tão subserviente nos últimos anos, participando, entre outras coisas, de operações militares na Líbia e da guerra do Afeganistão. E acabou reconhecendo o fato de que os Estados Unidos, atualmente, "têm seus próprios interesses na Argentina."

Com 23% de desemprego, um alto déficit em suas contas públicas, que a UE já reconheceu que o país não conseguirá diminuir antes de 2017; uma dívida externa de 165% do PIB (ado Brasil, por exemplo, é de 13%); 80% de dívida interna líquida (a do Brasil é de 39%) e cerca de 35 bilhões de dólares em reservas internacionais (as do Brasil são de mais de 10 vezes mais, ou 372 bilhões de dólares); o governo espanhol está aproveitando o episódio da Repsol para tentar desviar a atenção da opinião pública da crua realidade desses números.

Os jornais tem apresentado, em seus editoriais, e na cobertura do fato, a expropriação da empresa petrolífera como um insulto, uma traição à Espanha. Assim como aconteceu no caso da adoção de medidas de reciprocidade - para a entrada de cidadãos espanhóis no Brasil - por parte das autoridades brasileiras, agora, na rede, grande número de internautas espanhóis prega que as empresas espanholas demitam os seus empregados argentinos na Espanha. Alguns, também a exemplo do conflito diplomático com o Brasil, exigem que se promova a expulsão pura e simples de todos os imigrantes argentinos que vivem naquele país, esquecendo-se da solidariedade argentina no século XX, e do fato de que mais espanhóis vivem hoje na Argentina, do que argentinos na terra de Cervantes. Em compensação, uma minoria se pergunta, ironicamente, quantos acionistas da Repsol há entre os que estão defendendo a empresa nos fórums dos jornais e nas redes sociais. Lembram que a Repsol, há muito, já não pertence ao povo ou a capitais majoritariamente espanhóis; que no seu capital há participação chinesa; de fundos de investimento dos Estados Unidos; e de "investidores" que enriqueceram, de forma suspeita, nos "anos dourados" da entrada da Espanha na UE - e que também são responsáveis pela crise em que se encontra mergulhado o país.

A aparente indignação do governo espanhol, portanto, está dirigida não à defesa dos interesses de sua nação ou do seu povo, mas de "investidores" privados. Moral para questionar a decisão argentina, o Reino da Espanha não tem. Sua constituição, no artigo 128, reza: "Toda a riqueza do país em suas distintas formas e seja qual seja sua titularidade está subordinada ao interesse geral. Se reconhece a iniciativa pública na atividade econômica. Mediante a lei se poderá reservar ao setor público recursos ou serviços essenciais, especialmente em caso de monopólio e, assim mesmo, acertar a intervenção em empresas quando assim o exigir o interesse geral."

Com decrescente influência na América Latina, se é que teve alguma influência genuína nas últimas décadas, a Espanha busca aliados aonde pode. O Presidente Felipe Calderón - por isso censurado por deputados da oposição - manifestou-se em Cartagena, na Cúpula das Américas, e no "Fórum Mundial na América Latona, em Puerto Vallarta, onde recebeu o Primeiro-Ministro espanhol, contra o "protecionismo e as nacionalizações". No caso do "protecionismo" mandou um recado ao Brasil, que exigiu a imposição de quotas para veículos "mexicanos", depois da valorização do real com relação ao peso em 88% em dez anos, e também depois que terceiros países passaram a mandar autopeças para juntá-las no México para burlar as leis brasileiras e entrar em nosso mercado automobilístico, que já é o quarto maior do mundo, sem pagar tarifas de importação. O alerta quanto à "nacionalizações estava dirigido à Argentina. A Pemex mexicana possui quase dez por cento da Repsol, e, com figuras como Carlos Slim, dono da America Móvil e homem mais rico do mundo - o México foi o único país da América Latina, além do Chile, que se aproveitou das privatizações na América do Sul, nos anos 90.

México e Espanha precisam muito mais do exterior do que o Brasil, cuja corrente de comércio não chega a 13% do PIB. O fato de depender em mais de 90% do mercado norte-americano para suas exportações, e de ser um país que, basicamente, "maquila" - devido aos seus baixos salários - produtos destinados aos Estados Unidos, limita a possibilidade do México de adotar, uma política de comércio exterior verdadeiramente independente. E o mesmo acontece com a Espanha - que teve suas "notas" novamente rebaixadas pelas agências classificadoras de risco esta semana - que se submete, na economia e no comércio, às decisões e regras da União Européia.

Fracassada a tese da “ibero” América - a última cúpula “iberoamericana” realizada no final do ano passado em Assunção, no Paraguay, brilhou pela ausência de 16 dos 22 presidentes convidados, que deixaram plantados a ver navios o rei Juan Carlos e Zapatero - a Espanha, junto com os Estados Unidos, aposta, agora, na “Aliança do Pacífico”.

A intenção é usar o México para cooptar governos de corte mais neoliberal, como a Colômbia e o Chile, para se contrapor, junto com o Peru, e observadores como Panamá e Costa Rica, ao processo de integração continental capitaneado pelo Brasil, em organismos como o Mercosul, a UNASUL e o Conselho de Defesa Sul-americano.

Este último movimento da estratégia neocolonial parece, no entanto, também estar condenado ao fracasso. O presidente peruano Omanta Humalla não demonstra entusiasmo pela iniciativa, lançada pelo seu antecessor, Alan Garcia, e já disse que não vai participar da primeira cúpula presidencial do grupo, marcada para junho deste ano, em Santiago do Chile.

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27 de abr. de 2012

A FRANÇA E A NOVA ENCRUZILHADA EUROPÉIA


(JB) - A história política da Europa sempre se decidiu entre os franceses, os ingleses e os alemães, com eventuais – além das mais antigas – intervenções das duas penínsulas, a itálica e a ibérica.

O quadro se repete agora, com as eleições francesas. O que se decidir no segundo turno da disputa irá influir no destino imediato da União Européia. Uma análise lógica do momento político avalia a esperança da esquerda: dificilmente Sarkozy conseguirá virar o jogo e derrotar Hollande. Não é certo que os eleitores da senhora Le Pen descarreguem todos os seus sufrágios no nome do atual presidente.

À parte o voto ideológico, que não é decisivo, a extrema direita francesa tem algumas das mesmas queixas da esquerda, diante do governo, hesitante na condução da crise econômica, incapaz de combater o desemprego e amenizar a ansiedade da classe média.

Há um ponto forte que une a extrema direita e a esquerda na França – e de resto, em toda a Europa: o combate aos banqueiros. A extrema direita tem incluído os banqueiros no rol de seus inimigos e, de maneira equivocada, confundindo o sistema financeiro com os judeus. Como se sabe, em conseqüência das circunstâncias históricas e das restrições que lhes foram impostas, os hebreus se viram obrigados a negociar com o dinheiro, e coube a poucas de suas famílias fundar e administrar alguns dos maiores bancos da História. Mas isso não os faz os responsáveis pelas falcatruas cometidas em Wall Street, onde predominam nomes anglossaxões, alguns mais saxões do que ingleses.

Como as eleições se decidem mais pela emoção do que pela razão, é difícil desfazer o imaginário popular – o que faz de parcelas alienadas do proletariado, em alguns momentos, o grupo social que decide as eleições, votando, errado ou certo, na bandeira adversária. Sendo assim, provavelmente a esquerda ganhará as eleições. Espera-se que ela saiba atuar com a inteligência que faltou às frentes populares, que ganharam as eleições de 1936, tanto na França quanto na Espanha, e que abriram os dois grandes países à tragédia política que se seguiu. Nos dois casos, a esquerda se perdeu, ao perder-se a presença moderadora do centro político.

Foi assim que, menos de dois anos depois, ainda que o parlamento continuasse o mesmo até 1940, a direita se infiltrou no governo, que, com Daladier no lugar de Blum, desfez todas as medidas em favor dos trabalhadores. Em conseqüência, em muitos subúrbios operários de Paris, a extrema direita ganhou seus adeptos – o que debilitou a resistência nacional diante da invasão alemã, levando à vergonhosa capitulação de Pétain e Laval.

Na Espanha, com a razão política exacerbada nos extremos e o malogro dos políticos do centro, as eleições de janeiro de 1936, que levaram a esquerda à vitória, mobilizaram a extrema direita dos meios militares, com o levante dos quatro generais fascistas e a brutalidade da guerra civil espanhola. Os trabalhadores, envolvidos na tragédia, morreram, de um lado e de outro: uns defendendo a República e outros, envenenados pela propaganda clerical e falangista - na ilusão de que defendiam Deus e a Nação.

Com a ajuda da Itália e da Alemanha e a acovardada posição de neutralidade da França e da Inglaterra, Franco venceu e governou o país com a abrutalidade conhecida, durante quase 40 anos.

As situações não se repetem de forma idêntica na História, mas há coincidências alarmantes entre 1936 e 2012. Em 1936, a Europa se encontrava no meio da crise econômica dos anos 30, provocada pela terrível desigualdade social dos anos 20 que se prolongava no continente. Essa desigualdade fora determinada pela acumulação cruel do capital financeiro na globalização liberal do período que se seguiu à Primeira Guerra Mundial.

A crise econômica e social promovera a xenofobia e o anti-semitismo, em toda a Europa, e o surgimento de governos de direita em outros países, além da Itália, da Alemanha e da Espanha.

Os judeus dos anos 30 foram substituídos, no ódio racista, pelos muçulmanos de hoje. Embora o ódio anti-semita permaneça latente, não se caçam mais judeus, mesmo porque o governo de Israel, conduzido por direitistas, é um importante aliado contra a esquerda na Europa contemporânea. Os mestiços, e não só árabes, pagam em dobro pela estupidez do racismo.

Por tudo isso, é preciso ver a situação com cauteloso ceticismo. Derrotado Sarkozy, como se prevê, ou vitorioso seu grupo, com o apoio da senhora Le Pen, a situação continuará delicada, até que a crise econômica seja vencida por uma política de intervenção decidida dos estados na economia e na questão social. Se isso não ocorrer, todos os presságios são inquietadores.

26 de abr. de 2012

BRASIL JÁ É O TERCEIRO MAIOR CREDOR DOS ESTADOS UNIDOS


Até agora, ninguém deu a notícia. Com 372 bilhões de dólares em reservas internacionais, o Brasil acaba de se converter, aplicando mais da metade delas em “treasuries”, no terceiro maior credor individual externo dos Estados Unidos, como pode ser visto na própria página oficial do tesouro norte-americano, cujo link publico abaixo. O acúmulo de reservas internacionais, cujo custo de carregamento tem caído em linha com a redução da taxa SELIC, serve para valorizar o dólar com relação ao real, favorecendo nossas exportações,e é, sobretudo, uma arma geopolítica, que mantêm em situação positiva a imagem do Brasil frente às agências internacionais de classificação de risco e em uma posição de força em organismos como o G-20, o Banco Mundial e o FMI.

Conheço empresários brasileiros de linha mais desenvolvimentista, no entanto, que pensam que a política de acúmulo de dólares poderia ser complementada com a emissão de moeda, no mercado interno, destinada a investimentos diretos do governo na área de infraestrutura, por exemplo. Tal medida, com uma pequena expansão administrável da inflação, derrubaria o valor do real frente ao dólar, favorecendo as exportações, injetaria dinheiro em todos os níveis da economia produtiva, e criaria milhões de empregos.



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22 de abr. de 2012

TODOS SOMOS ARGENTINOS


O Brasil e a Argentina, sendo os dois maiores países da América do Sul, têm sido alvos preferenciais do domínio euro-americano em nosso continente. A Argentina, sob Cristina Kirchner, depois de anos desastrados de ditadura militar, e do governo caricato e neoliberal de Menen, se confronta com Madri, ao retomar o controle de suas jazidas de petróleo que estava com a Repsol. Quando um governo entrega, de forma aviltante, os bens nacionais ao estrangeiro, como também ocorreu no Brasil, procede como quem oferece seu corpo no mercado da prostituição. Assim, as medidas de Cristina buscam reparar a abjeção de Menem.

Será um equívoco discutir o conflito de Buenos Aires com Madri dentro dos estreitos limites das relações econômicas. A economia de qualquer país é um meio para assegurar sua soberania e dignidade - não um fim em si mesma.

As elites espanholas, depois da morte de Franco, foram seduzidas pela idéia de que poderiam recuperar sua presença na América Latina, perdida na guerra contra os Estados Unidos e durante a ditadura de quase 40 anos. Já durante o governo de Adolfo Suárez, imaginaram que poderiam, pouco a pouco, readquirir a confiança dos latino-americanos, ofendidos pela intervenção descarada dos Estados Unidos no continente. De certa forma, procediam com inteligência estratégica: a nossa América necessitava de aliados, mesmo frágeis, como era a Península Ibérica, na reconstrução de sua soberania, mutilada pelos governos militares alinhados a Washington.

Mas faltou aos governantes e homens de negócios espanhóis a habilidade diplomática, que se dissimula na modéstia, e lhes sobrou arrogância. Essa arrogância cresceu quando a Espanha foi admitida na União Européia, e passou a receber fartos recursos dos países ricos do Norte, a fim de acertar o passo continental. A sua estratégia foi a de, com parte dos recursos disponíveis, “comprar” empresas e constituir outras em nossos países. Isso os levou a imaginar que poderiam ditar a nossa política externa, como serviçais que foram, e continuam a ser, dos Estados Unidos. A idéia era a de que, em espanhol, os ditados de Washington seriam mais bem ouvidos.

O paroxismo dessa paranóia ocorreu quando José Maria Aznar telefonou ao presidente Duhalde, da Argentina, determinando-lhe que aceitasse as imposições do FMI, sob a ameaça de represálias. E a insolência maior ocorreu, e sob o governo socialista de Zapatero, quando esse heróico matador de paquidermes indefesos, Juan Carlos, mandou que o presidente Chávez (eleito livremente pelo seu povo, sob a fiscalização de observadores internacionais, entre eles o ex-presidente Carter) se calasse, no encontro iberoamericano de Santiago. Um rei matador de elefantes indefesos e sogro de um acusado de peculato - o bem apessoado serviçal da Telefónica de Espanha, Iñaki Urdangarin, pago com lucros obtidos pela empresa na América Latina, principalmente no Brasil.

Os espanhóis parecem não se dar conta de que as suas antigas colônias se tornaram independentes, umas mais cedo – como é o caso da Argentina – e outras mais tarde, embora muitas passassem ao domínio ianque. Imaginaram que podiam fazer o que faziam antes disso no continente – e incluíram o Brasil na geografia de sua presunção.

O Brasil pode e deve, ser solidário com a Argentina, no caso da recuperação, para seu povo, das jazidas petrolíferas da YPF. E manter a nossa posição histórica de reconhecimento da soberania de Buenos Aires sobre o arquipélago das Malvinas.

Que querem os espanhóis em sua gritaria por solidariedade contra a Argentina, pelo mundo afora? Eles saquearam tudo o que puderam, durante o período colonial, em ouro e prata. Usaram esses recursos imensos – assim como os portugueses fizeram com o nosso ouro – a fim de construir castelos e armar exércitos que só se revelaram eficazes na repressão contra o seu próprio povo – como ocorreu na guerra civil.

Durante o seu período de arrogância subsidiada, trataram com desdém os mal chamados iberoamericanos, humilhando e ofendendo brasileiros e latino-americanos, aviltando-os ao máximo. Um só ser humano, em sua dignidade, vale mais do que todos os poços de petróleo do mundo. Antes que Cristina Kirchner determinasse a recompra das ações da YPF em poder da Repsol, patrimônio muito maior dos argentinos e de todos os latinoamericanos, sua dignidade, havia sido aviltada, de forma abjeta e continuada, pelas autoridades espanholas no aeroporto de Barajas e em seu território.

Que se queixem agora aos patrões, como seu chanceler, Garcia-Margallo fez, ao chorar nos ombros da senhora Clinton, e busquem a solidariedade de uma Europa em frangalhos. Ou que rearmem a sua Invencível Armada em Cádiz, e desembarquem no Rio da Prata . Isso, se antes, os milhões de jovens desempregados - a melhor parcela de um povo maravilhoso, como é o da Espanha - não resolvam destituir suas elites políticas, corruptas, incompetentes e opressoras, e seu rei tão ocioso quanto descartável.

E, ao final, vale lembrar a viagem histórica que Eva Perón fez à Europa, no auge de sua popularidade. Em Madri, diante da miséria em que se encontrava o povo, ofereceu a Franco, em nome do povo argentino, alguns navios cheios de trigo. O general respondeu que não era necessário, que os celeiros espanhóis estavam cheios de farinha. E Evita replicou, de pronto: ¿entonces, por qué no hacen pan?


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20 de abr. de 2012

A ÉTICA E A RETIDÃO



Talvez nos conviesse, ao tratar da corrupção política, substituir o vocábulo “ética” por substantivos mais singelos, como retidão e correção. Ética é conceito filosófico profundo, de definição difícil, e que se desgastou no abuso de seu emprego. É uma idéia que está acima do exame dos escândalos atuais, que não merecem nem mesmo serem qualificados como aéticos. Apelar para a ética, nesses casos, é como usar uma balança de ouro para pesar cascalho sujo. Em lugar de recorrer à ética, tratemos apenas do Código Penal.

Em todos os tempos humanos – esta é a âncora recorrente – houve peculatários. E em todos os tempos humanos eles foram combatidos, mesmo quando os larápios se encontravam à frente dos estados. As sublevações populares, quaisquer fossem suas bandeiras, sempre se fizeram contra os usurpadores do bem público.

Em todos os tempos houve – de acordo com os historiadores – organizações criminosas, de quadrilhas de salteadores de estradas a ocupantes do poder nacional. Daí a famosa comparação de Santo Agostinho: a diferença entre os grupos de bandidos organizados e os estados é o exercício da justiça. No estado em que não prevalece a justiça, os governantes não diferem dos bandidos. No interior dos estados, como no interior de qualquer comunidade, as duas realidades – a busca da justiça e a ação criminosa – coexistem e se combatem. Até mesmo no interior das famílias há os que procedem corretamente e os pérfidos.

O povo brasileiro tem sido submetido, mais do que outros povos, ao assalto quase continuado aos bens comuns. E o maior dano é o causado à sua dignidade. A dignidade ou, em termos mais simples, a vergonha, é um atributo das pessoas honradas, como lembra Lupicínio Rodrigues em sua composição mais conhecida, em que a vingança contra o opróbrio é recomendada. Cidadãos de paises que não se destacam pela retidão de seus homens públicos – como é o caso da Itália e da Espanha, entre outros – se esbaldam em comentar as notícias do Brasil, por meio da rede internacional de computadores: lá os ladrões são levados aos tribunais; aqui costumam escafeder-se pelos corredores dos entraves processuais.

Talvez Agostinho tenha razão, se pensarmos no que foi a política de privatizações do governo soi-disant social-democrata, que nos infelicitou entre 1995 e 2003. Podem dar-nos todas as explicações técnicas e econômicas, dentro da famosa “ética do capitalismo”, para justificar a entrega das empresas estatais ao setor privado, mas não houve nada de honrado nessa decisão. Ao contrário: a privatização só privilegiou alguns empresários, brasileiros e estrangeiros, além de fazer, de alguns gestores do processo, homens subitamente beneficiados por posições destacadas e altamente remuneradas nas organizações compradoras e nas organizações financeiras que com elas se associaram.

Há, como em todas as outras organizações criminosas, os que agem com cautela jurídica e os lambões. Essa construtora envolvida, se nos ativermos a uma conversação telefônica entre seu presidente e o Sr. Carlos Cachoeira, não soube como operar no sofisticado sistema. Tampouco souberam precaver-se o senador Torres e o vitorioso empresário tentacular Carlos Cachoeira. Foram, além de tudo, lambões, ao se envolverem com personagens vulgares do millieu, como o araponga Dadá.

A vulnerabilidade de Brasília à ação dos corruptores nos leva a uma constatação constrangedora: a autonomia da capital da República foi a mais infeliz das decisões constitucionais de 1988. A esse erro, que violou criminosamente o pacto federativo de 1891, somaram-se outros, como os cometidos pelo açodado afã “modernizador” do demagogo e moralista de fachada Fernando Collor, ao alienar as residências funcionais da capital da República. Até então, os servidores de Brasília eram recrutados em todo o país, e servir ao poder central constituía uma vitória do mérito. Sem essa modesta vantagem – a garantia de moradia por um aluguel moderado – a transferência para o planalto central perdeu seu grande atrativo.

A administração pública, tanto da União, quanto do Distrito Federal, se viu obrigada a recrutar quem se apresentasse. Os cargos comissionados foram, de modo geral, preenchidos pelos atores políticos, que atendiam e atendem à pressão de seus eleitores. Por outro lado, o achatamento dos vencimentos dos servidores – a não ser em carreiras privilegiadas – afasta os mais bem dotados para as atividades privadas, de remuneração muito mais atraente.

Antes de 1988, Brasília era administrada diretamente pelo poder central, mas seus prefeitos (aquinhoados pelo governo militar com o título de governadores) tinham que ser aprovados pelo Senado - em nome de toda a Federação – e estavam submetidos ao controle de um comitê especial da mesma casa legislativa. Com a autonomia, Brasília passou a ser um estado como os outros - sujeito à pressão de suas oligarquias. E como a população, em sua maioria, é pressionada pela miséria, tende a votar com a emoção, seguindo os demagogos de turno. Por isso, a câmara de vereadores, que se denomina distrital, mas tem a arrogância de votar como se fosse o plenário das Nações Unidas, é dominada por homens como os que foram filmados pelo ex-delegado de polícia Durval Barbosa, ao receber dinheiro vivo de suas próprias mãos, a fim de votar de acordo com os interesses do governador de Brasília de então.

E há outros inconvenientes. Quando a Comissão Arinos discutia a questão da autonomia, no anteprojeto de Constituição que elaborava, Hélio Jaguaribe lembrou outra grave inconveniência da medida. Argumentou que, no caso em que o governador local fosse inimigo do Presidente da República, seria fácil colocar caminhões fétidos de lixo na praça dos Três Poderes, quando o Brasil estivesse recebendo a visita de um chefe de estado estrangeiro, para a desmoralização nacional diante do mundo. Isso sem falar no esbulho dos outros estados da federação, que perderam, de fato, a soberania sobre a sua capital.

A solução radical terá de ser emenda constitucional, imediata, que devolva a administração política do Distrito Federal ao governo da República, como era antes de 1988, e já a partir de 2015, quando termina o atual mandato, antes que a situação se perpetue. Essa medida radical irá romper aqueles esquemas conhecidos de desvio de recursos públicos. Não é certo que isso venha a acabar com a corrupção, mas certamente reduzirá a sua audácia e os seus efeitos.


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17 de abr. de 2012

OBAMA, A BOLHA E O BOLHA.


O presidente Obama disse, em Cartagena, que a imprensa latino-americana está ainda na “bolha dos anos nos anos 50, quando pede a saída dos ianques de seus países – o que, sabemos, não é verdade no que se refere aos grandes veículos. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos e seus aliados fiéis do Canadá vetam a presença de Cuba no encontro hemisférico. Quem se encontra ainda nos anos 50 é o governo de Washington, que não sai do círculo de giz em que o meteu Kennedy. Nos anos 50 no Brasil, quando se queria identificar alguém como chato e de pensamento curto, usava-se a expressão “bolha”.

Obama continua um bolha dos anos 50.


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O QUINTO REI DO BARALHO.



O Rei Juan Carlos caiu em Botsuana, quando caçava elefantes, e fraturou a bacia. O Rei Juan Carlos é presidente de honra da Ong WWW-Adena, que existe para proteger os elefantes da extinção. A caça de elefantes em Botsuana é legal: paga-se 20.000 euros por animal abatido, e se gasta pelo menos mais 30.000 pela viagem. Os gastos do Rei são pagos pelo povo espanhol, que está sendo castigado por medidas de austeridade, com o desemprego acelerado e a redução de despesas sociais. Em lugar de exercer o dever de todos os monarcas, e buscar resolver os graves problemas de seu país, o Rei vai caçar elefantes. Por isso mesmo, o povo começa a perguntar-se se não é melhor ficar apenas com os quatro reis do baralho – e enviar os Bourbón para caçar elefantes na África. Só os monarquistas, como saída, defendem a abdicação do rei e sua substituição pelo filho mais velho, o Príncipe de Astúrias, de cuja inteligência pouco se sabe. Nas vésperas da morte de Franco, quando preparavam a sua substituição por Juan Carlos, dizia-se que ele havia sido condecorado com duas medalhas, uma por idiota, e outra para substituir a primeira, se a perdesse. Está merecendo uma terceira, de igual referência.

Enfim, Juan Carlos é tão útil como um quinto rei no baralho.


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15 de abr. de 2012

OS EUA E O FUTURO DA CIÊNCIA NO BRASIL



Nas relações do Brasil com os Estados Unidos, há fatos que devem nos incomodar, como o recente recuo da Força Aérea dos Estados Unidos, a USAF, em cumprir o contrato de compra de 20 aviões Super-Tucano da Embraer, e a tradicional recusa dos norte-americanos em transferir tecnologia para o Brasil, principalmente no campo bélico e no nuclear. Essa recusa beira à sabotagem, desde o acordo Brasil-Alemanha (no campo nuclear), o que não recomenda, à primeira vista, os nossos vizinhos do norte em projetos que impliquem a transferência de conhecimento.
Esse pode ser o caso do “Ciência sem Fronteiras”, de envio de estudantes brasileiros para o exterior, e da parceria que se pretende estabelecer entre o ITA – o Instituto Tecnológico da Aeronáutica, berço da Embraer, e o MIT – o Massachussets Institute of Technology , uma das mais conceituadas instituições de ensino e de pesquisa dos Estados Unidos.
Basta ver o descalabro em que se encontra o DCTA – Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, reduzido – apesar de recentes concursos - a 26% do pessoal que tinha em 1994, e a média de idade dos pesquisadores do IAE – Instituto de Aeronaútica e Espaço - que é de mais de 50 anos e é fácil perceber que a questão da Ciência e Tecnologia, com a geração de conhecimento de ponta no país, não se resolverá com a mera transferência de estudantes para o exterior.
O que precisamos é de decisão política para mostrar ao mundo quais são nossas prioridades estratégicas e com que rapidez respondemos aos desafios que surgem na área científica.
Quando o destino nos apresenta situações emergenciais temos que responder emergencialmente. É preciso quebrar a espinha dorsal da burocracia, que nos impede, por exemplo, de já estarmos montando os módulos e laboratórios destinados a substituir os que foram destruídos no incêndio da Estação Antártida Comandante Ferraz.
Não é razoável que falte dinheiro para treinar e repor pesquisadores em um projeto de longa data, como o do VLS (Veículo Lançador de Satélites), quando o BNDES empresta, sem maiores delongas, três bilhões de reais a uma multinacional estrangeira, como a Vivo, para a expansão de infraestrutura.
O país precisa projetar na Ciência e Tecnologia o planejamento e a competência já demonstrados na administração da macroeconomia, entre outros campos. Na área espacial é preciso juntar em uma só instituição os esforços do país, que envolvem hoje o INPE, a AEB, a Alcantara Cyclone Space.
E, se formos ampliar a cooperação com o MIT norte-americano, é preciso que se faça o mesmo com universidades e instituições congêneres dos nossos sócios dos BRICS. Nossos estudantes precisam aprender a conviver com estudantes russos, chineses, indianos. A Rússia continua dando um banho na pesquisa espacial. Recém homenageada com o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade de Delhi, a Presidente sabe que a a China e a Índia, principalmente, estão acelerando, qualitativa e quantitativamente, dentro e fora de suas fronteiras, a formação de pesquisadores nas áreas de física, nanotecnologia, computação, programação de software.
Sabe também que há milhares de cientistas indianos e chineses que foram estudar nos Estados Unidos e não voltaram, preferindo ficar por lá, trabalhando, e emprestando seu talento, a empresas norte-americanas como as do Vale do Silício. Um bom exemplo do brasileiro que, às vezes pode ir e não voltar é o do jovem paulistano Michel Krieger, de São Paulo, de 27 anos de idade, que com 18 foi estudar na Universidade de Stanford, criou com um colega norte-americano o Instagram, e acabou de vender essa plataforma para o Facebook, por um bilhão de dólares.
A Ciência deve atravessar as fronteiras em todos os sentidos. Precisamos que o estudante brasileiro estude, eventualmente, no exterior, mas que possa também fazê-lo aqui, no território nacional, sem deixar de absorver conhecimento de ponta e universal. É possível, com menos recursos, lançar um concurso internacional voltado para a contratação de excelentes professores estrangeiros para nossas universidades, como se fez quando da criação da USP, sem prejudicar os docentes brasileiros.
E, no caso da pesquisa científica, trazer professores de fora é ainda mais premente, e talvez mais econômico. Como mostra o caso do DCTA, é preciso recompor e ampliar, com a mais absoluta prioridade, nosso quadro de pesquisadores, destruído por décadas de neoliberalismo.

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13 de abr. de 2012

NÃO HÁ PORQUE TEMER A CPI

Nos meios políticos há o temor de que a investigação do Congresso sobre a Operação Montecarlo, desfechada pela Polícia Federal, sobre as relações do homem de múltiplos negócios de Goiás, conhecido como Carlos Cachoeira, com parlamentares, membros do poder executivo de Goiás e do Distrito Federal, venha a ampliar-se. Há informações de que pode surgir o envolvimento de outras personalidades e de outros partidos políticos, em outras unidades da federação. A rede de influência do empresário de Goiás parece ser mais ampla do que a de Al Capone.
O comportamento da presidente da República inquieta alguns observadores. Uma investigação desse porte costuma assustar os chefes de governo, mais ainda em ano eleitoral. Tancredo Neves comparava esses inquéritos do parlamento à retirada de caranguejos dos jequis de pesca: eles sempre saem agarrados uns aos outros. Sendo assim, mesmo que não temam a apuração das denúncias, os chefes de governo, em todas as esferas do Estado, buscam impedir essas comissões de inquérito, pela turbulência que sempre causam. Pois bem, até agora, a presidente da República não tomou qualquer iniciativa para dificultar as investigações, nem para incitá-las.
Uma visão mais republicana de sua atitude favorece-a: o poder executivo não deve imiscuir-se nos assuntos interna corporis do Parlamento. Uma visão mais particular, sabendo-se de seus atos anteriores, pode identificar o desejo de depurar o governo e o Estado, pelo menos durante o seu mandato, dos corruptos e corruptores. Ao esquivar-se de qualquer iniciativa no caso, ela preserva sua autoridade, principalmente em ano de eleições municipais.
É, mais do que possível, provável, que os temores se venham a justificar: nas teias do ativo empreendedor de Goiás, pelo que se sabe até o momento, há gente de toda espécie – de policiais a espiões particulares; de empresários de alta estirpe a meros assessores, além de jornalistas.
Será difícil emperrar a CPI, com adiamentos ou com manobras, como tem ocorrido a outras, em tempos recentes. Há algum tempo lembrávamos, neste mesmo espaço, o reaparecimento de uma instituição que parecia afastada da História, nestes anos de neoliberalismo: a cidadania. Ainda que os ensaios de mobilização não tenham levado às conseqüências radicais, os cidadãos começam a mover-se, a ocupar as ruas do mundo, a clamar por justiça. E é o que pode vir a ocorrer entre nós. É hora de identificar os homens públicos realmente honrados e os que posam de honrados, como os fariseus do Evangelho.
Se há órgãos de imprensa mancomunados com o corruptor goiano, que sejam conhecidos. Nesse caso, mais do que o rigor da lei, se a lei lhes puder ser aplicada, pesará o juízo da opinião pública. À imprensa cabe, nas democracias, a desagradável tarefa de fiscalizar as instituições políticas, a serviço da cidadania. Será muito grave se se descobrir que esse ou aquele jornalista tenha agido como o Senador Demóstenes Torres parece ter atuado: em público, ao posar Catão usticense; nas sombras, recebendo ordens, como obediente assalariado do contraventor goiano.
Tratemos de outra consternação diante da atualidade. O Sr. Murillo Portugal – um desses tecnocratas que trabalhavam para o Estado e depois atravessaram a rua para servir ao outro lado – foi emissário das queixas dos banqueiros ao governo. Os bancos se recusam a baixar a diferença entre as taxas de captação e as dos empréstimos que cobram dos seus devedores – das mais altas do mundo - sem que recebam compensações. Os cinqüenta bilhões de lucros obtidos – com inadimplência ou sem ela – lhes parecem pouco. Assim, ainda pedem isenções de tributos – e cobram 300 milhões de reais da Receita pelo recolhimento de impostos em suas caixas eletrônicas. Se continuarem assim, é provável que a estatização dos bancos se faça de maneira suave: seus clientes acabarão preferindo o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.

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