7 de ago. de 2017

AS FRONTEIRAS DA SUBALTERNIDADE


Enquanto os EUA suspendem a isenção de vistos para 38 países e o número de brasileiros barrados em aeroportos europeus - principalmente os espanhóis - aumenta em quase 10% - foram 923 apenas no primeiro trimestre - ainda há sujeitos que, no primeiro escalão do governo, defendem a isenção unilateral de vistos para países ditos "desenvolvidos", como se tivéssemos que assumir, na "nova ordem" mundial, a condição de cidadãos de segunda classe.

  

O "trade" turístico que nos desculpe, mas o 

diabo está nos "detalhes".


O excitatório frenesi dos vira-latas - que, junto ao entreguismo mais abjeto,  não consegue se refrear neste governo - precisa entender que, nas relações internacionais, o limite para o pragmatismo e o déficit de dignidade é o critério de reciprocidade. 


Não se deve assegurar ao outro o que ele faz questão - de forma aberta e oficial - de negar-nos.


Especialmente quando somos a quinta maior nação do mundo em território e população e, por mais que a contrainformação fascista e midiática faça questão de ignorar, com  mais de 250 bilhões de dólares emprestados, o quarto maior credor individual externo dos EUA, por exemplo.


Uma condição que se deve, justamente, à atuação de governos que estão sendo goebbelslianamente acusados de terem assaltado e quebrado o país.


Como diriam nossos antepassados, quem muito se abaixa acaba mostrando as nádegas.


No Brasil de hoje, parece que no trato com os gringos, estamos agindo como se estivéssemos quase sempre, despudoradamente, em permanente consulta proctológica.

5 de ago. de 2017

GOERING FICARIA ORGULHOSO: CONTINUAM OS VIOLENTOS ATAQUES DA EMPIRICUS A LULA NOS MEIOS "EMPRESARIAIS".



Um dos fenômenos mais impactantes do processo histórico vivido pelo país neste momento, é a extensão, profundidade e complexidade alcançadas pelo amplo esquema de contrainformação fascista montado nos últimos anos.


Voltado para atingir não apenas o público geral, mas também segmentos específicos da opinião pública, como a juventude, as igrejas (católicas e evangélicas) os ruralistas e os empresários urbanos, ele tem operado, desde 2013, praticamente sem contestação.


Na ausência de planejamento tático, estratégia, determinação ou articulação, a esquerda, que poderia servir de alternativa a esse discurso, reage, junto com o campo nacionalista e democrático, de uma forma tão lamentável e errática, que as derrotas vão se sucedendo, umas sobre as outras, com grande rapidez e facilidade, como ocorreu com o golpe jurídico-parlamentar-midiático de 2016.


Não há no Brasil uma frente pela democracia. 


Não existe, no país, um comitê estratégico de comunicação, que pudesse, ao menos em parte, suprir a ausência dessa frente, ou transformar-se no seu braço mais atuante, em defesa da Verdade, da Liberdade, do Estado de Direito e da Constituição.


Nem uma coordenação jurídica nacionalista e desenvolvimentista, que possa restabelecer minimamente a justiça e fazer frente  ao verdadeiro tsunami de calúnias produzido de forma mendaz pelo sistema de manipulação entreguista e fascista, em seus moinhos, ininterruptamente ligados, de ódio, mentira e hipocrisia.


E nem sequer grupos de monitoramento dignos desse nome, para ao menos mapear o que está ocorrendo nesse contexto, na internet e nos meios tradicionais de comunicação.


A cada 24 horas, no âmbito econômico e no institucional,  da desculpa da busca de austeridade - agora ridicularizada pelos mais de 3 bilhões em emendas parlamentares aprovados pelo governo - que disfarça e sustenta a entrega da nação aos estrangeiros, à suposta defesa da honestidade que justifica, por meio do discurso de combate à corrupção, a destruição do Brasil, de programas e projetos no valor de centenas de bilhões de reais, são gerados, livre e maciçamente - na mídia, nos organismos de controle, justiça e segurança da República, nos intestinos de uma plutoburocracia sem nenhuma visão geopolítica ou um mínimo de sensibilidade estratégica para com a dimensão e a história do país que está irresponsavelmente arrebentando - centenas de ataques (milhares, se somarmos as redes sociais) ao Estado, à Democracia e à Política.

Às principais  empresas nacionais e aos nossos bancos públicos - que poderiam nos servir de instrumento para enfrentar a crise em que nos meteram a propaganda, a conspiração e a sabotagem golpista desde a época da Copa do Mundo - distorcendo descaradamente a verdade, invertendo a realidade dos fatos, criando mitos tão mendazes quanto absurdos.


Disseminam-se, como sementes de ódio que brotam assim que atingem o solo - e tivéssemos sido tomados por um cego, orgásmico e orgiático viralatismo - falsos paradigmas que estão chegando - pela constante repetição, no incansável "pós venda" da "pós-verdade" - a milhões de brasileiros, nos mais diferentes nichos da sociedade e regiões do país, cumprindo sua missão de enfraquecer e destruir o Estado, desnacionalizar a economia e nossos principais  instrumentos de desenvolvimento, e de ajudar a entregar, quem sabe definitivamente, o país ao fascismo, com embrulho de presente e tudo, nas próximas eleições.


Para fazer isso, a  aliança entre direita "light", o anticomunismo tosco e anacrônico e o entreguismo mais abjeto, que encontraram no território brasileiro, nos últimos anos, um campo fértil, adubado com o preconceito e a ignorância, não utilizam apenas a mídia de massa - a ponta mais visível do iceberg que está afundando o país.

Mas também os mais insidiosos métodos e instrumentos, desenvolvendo estratégias específicas para cada tipo de público, por meio de instituições ligadas a interesses estrangeiros, vide as ligações entre o MBL e os irmãos Koch, por exemplo.


Há palestras e cursos de formação de "liderança" promovidos e financiados por consulados e embaixadas estrangeiras, de países que nos espionaram ainda nesta década.


Há "seminários" organizados por institutos e fundações de "defesa" da "justiça" e da "democracia", que não apenas levam nossos jovens para  outros países, facilitando por meio de "bolsas" suas viagens e estudos, como depois também promovem e premiam, com plaquinhas, diplomas, medalhas, espelhinhos, festinhas, diplomas e miçangas e palestras remuneradas, sua fiel, abjeta e prestimosa "cooperação", quando alcançam algum poder em suas carreiras.


Há centenas de sites  sofisticados, sem fontes de financiamento claras, e também empresas de "consultoria" e  "research" que, a pretexto de prestar  informações ao mercado e a investidores, fazem o mais descarado proselitismo político e antinacional.


Isso, sem serem incomodadas  ou impedidas, na maioria das vezes,  nem pelas autoridades, nem por quem está sendo por elas impiedosa e constantemente caluniado.


Usando, para pescar otários no oceano dos brasileiros comuns, saturantes- e caríssimas - campanhas de mídia dirigida, que, por sua extensão e capilaridade, devem envolver, principalmente na internet, milhões de reais.


Ora, todo mundo com um mínimo de conhecimento histórico sabe que, desde o início dos tempos, a mentira e o medo são as duas principais muletas do fascismo.


Que as utiliza para percorrer a trilha, pavimentada pela desinformação e o analfabetismo político, que costuma conduzí-lo ao poder, para finalmente calçar, sem abandoná-las como apoio para equilibrar-se, as pesadas botas do terror e do autoritarismo.


Quando na oposição, a falsidade e o preconceito servem ao fascismo para incentivar o golpismo.


Quando na situação, para impedir que ascendam novamente ao poder forças que possam se opor a ele.


Em fevereiro de 2015, denunciamos, em um texto para o qual recomendaríamos novamente a leitura, publicado na "Revista do Brasil", com o título de "O "FIM" DO BRASIL", a realização, na linha do "tenho medo", lembram-se? - de uma ampla campanha de mídia, dirigida principalmente para os meios empresariais, disfarçada como a venda de relatório de conjuntura, que afirmava - dentro da estratégia de  disseminação e justificação do golpismo - que o Brasil iria "quebrar" naquele ano.


Por trás dela, estava uma empresa de "consultoria" cuja principal missão tem sido, nos últimos anos, a de explorar e apoiar abertamente o anticomunismo e o antipetismo no Brasil, adotando o sensacionalismo mais vulgar e o mais descarado terrorismo econômico, mesma estratégia que adota  em outros "mercados", como Portugal, por exemplo.


Não apenas negando as eventuais conquistas que o país obteve na última década, mas, principalmente, assustando um público ignorante em economia, suscetível e contaminado ideologicamente pelo discurso conservador, privatista, entreguista e antibrasileiro vigente.


Ameaçando-o com a perspectiva da volta ao poder de um governo nacionalista, capaz de recolocar o país, por meio de um programa desenvolvimentista, em uma situação minimamente soberana e digna diante do mundo.


Agora, com a mesma estratégia, já denunciada, entre  outros, por Fernando Brito, Tereza Cruvinel e Denise Assis - a de apresentar um discurso escarradamente político, em sua forma e consequências, como peça de propaganda de uma pseudo "análise exclusiva" - essa mesma empresa, a EMPIRICUS - sócia do site Antagonista e da Agora.inc, dos EUA, e já processada pela CVM e o MP de São Paulo - está promovendo outra campanha milionária, que, no lugar de "O FIM DO BRASIL" traz como apelo o alerta "A AMEAÇA QUE PODE ARRUINAR COM O PATRIMÔNIO DE SUA FAMÍLIA".


Nela, ela usa como principal gancho o retorno de Lula - que tirou o Brasil da decima-terceira economia do mundo e levou para sexta, hoje, ainda, nona posição, pagou a dívida com o FMI, triplicou o PIB, e multiplicou por 10, para 340 bilhões de dólares, as reservas internacionais - à Presidência da República e também defende, em outra peça de propaganda, a condenação definitiva do ex-presidente como um fator de melhora da situação para os investidores.


Em homenagem a Goering (Goebbels era mais sofisticado) vale a pena ler, na íntegra, o fac-símile dessa pilantragem:












Agora, resta saber o que o PT poderia fazer a respeito disso.

O leitor escolha, nas alternativas abaixo, como nas provas do Ministério Público:

a) Chamar alguns economistas sérios e incentivar a montagem de uma consultoria para concorrer - ao menos institucionalmente - com a Empiricus, que possa finalmente explicar aos investidores - e a parte da opinião pública - o que realmente ocorreu com a economia  brasileira desde 2002.

b) Mandar alguém fazer um estudo criterioso dos "relatórios" da EMPIRICUS nos últimos anos e mostrar que, entre os alegados 1.6 milhão de "leitores" que a seguem, muita gente jogou dinheiro fora - como no caso das ações da Petrobras - ao se deixar contaminar ideologicamente e indo atrás da conversa fiada deles.   

c) Processar - como já fez no passado - essa pseudo consultoria junto ao TSE por propaganda (ou contra informação) eleitoral antecipada.

d) Não fazer absolutamente nada, porque trata-se  de um caso típico de liberdade de expressão, ou porque "isso não vem ao caso", como diz certo  juiz "imparcial" de Curitiba.