19 de set. de 2014

O LATIDO E A MORDIDA


(Hoje em Dia) - Nascida em 1949, para evitar que os países da Europa Ocidental caíssem sob a influência soviética, e não para responder a uma suposta agressão  "comunista" de forças do Pacto de Varsóvia, que só viria a surgir 6 anos depois, a Organização do Tratado do Atlântico Norte volta e meia tenta fazer algo para dar ao mundo a impressão de que teria algum outro papel que não o de apenas ajudar a submeter a Europa aos interesses norte-americanos.

Mais que uma organização militar de defesa contra supostos inimigos externos, a OTAN (NATO por sua sigla  inglesa) sempre foi um instrumento de controle dos EUA sobre o velho continente. Esse é um processo que se estabeleceu com a chegada de milhares de soldados norte-americanos, durante a Segunda Guerra Mundial, e que se fortaleceu e estendeu, depois, com sua permanência, no pós-guerra, em bases instaladas em diferentes países, que iam da Alemanha à Espanha.

Como os tentáculos de uma aranha, diversas subestruturas foram estabelecidas com o tempo, e diferentes organizações civis foram criadas, em várias nações, relacionadas a Aliança Atlântica, com interesses na indústria armamentista, e em uma gigantesca rede de centenas de empresas e militares de soldados, fornecedores e funcionários cobrindo toda a Europa.

Com isso, os EUA tornaram improvável que, entre esses países, se levantasse, novamente, alguém que pudesse ameaçá-los, e, para evitar que governos hostis, ou "independentes" viessem a assumir o poder  nesses estados, foi criado o "Gládio" - uma organização clandestina estabelecida, primeiro, na Itália, na Guerra Fria, e que depois se estendeu para diversos países. 

Desse grupo terrorista secreto de inspiração anticomunista, que pode ser melhor conhecido com a leitura de livros como, Gladio. Die geheime terrororganisation der Nato, do autor alemão Jens Mecklenburg, publicado em 1997, pela editora Elefanten Press Verlag , de Berlim, faziam parte diversos agentes recrutados entre ex-nazistas e ex-fascistas de diversas nacionalidades, que depois se envolveram com vários atentados terroristas e ações antidemocráticas, como os massacres de Peteano e da Piazza Fontana, na Itália; o golpe militar de 1967, na Grécia; o massacre da Praça Taksim, em 1977, em Istambul, na Turquia, e o golpe militar de 1980, no mesmo país. 

A sua existência foi reconhecida, denunciada e exposta em 24 de outubro de 1990, pelo Primeiro-Ministro italiano, Giulio Andreotti, e pelo Parlamento Europeu, em novembro do mesmo ano.  


Em reunião na cidade de Newport, há poucos dias, a OTAN usou "a ameaça russa na Ucrânia", como pretexto para montar uma força de intervenção rápida.   

Vai usar essas tropas - se a ONU autorizar - em países pobres e desarmados como a Líbia e o Iraque, cujos antigos regimes apoiou indiretamente no passado.

No caso da Rússia e da China - com seus milhares de mísseis e ogivas atômicas - o cão sabe que ladra, mas não morde.
   


Um comentário:

jose erb ubarana disse...

Na verdade, após a queda da União Soviética, desenvolveu-se um sistema de dominação ianque do planeta com a participação da Europa dependente e do apoio de "líderes" soviéticos, alguns bêbados, com o consequente desequilíbrio político internacional.