29 de jun. de 2018

PENCE, O BRASIL E OS EUA. NADA A TEMER - SE ESTIVERMOS DE HAVAIANAS.


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(Do blog com equipe) - Está explicado porque a viagem do vice-presidente dos EUA à América do Sul, dessa vez incluiu o Brasil em sua “agenda”.


Nada a ver com alguma mudança de postura na atitude dos EUA de mostrar ao resto do continente que o Brasil tem que ficar, diplomaticamente,  onde está, na berlinda, por ser justamente o país que nos governos anteriores estava tentando contrabalançar na América do Sul a influência norte-americana.


Michael Pence veio ao Brasil não para visitar São Paulo e o Rio de Janeiro, ou Temer, que, aliás, deveria ter relegado o papel de recebê-lo a um vice-presidente que não existe, ou ao Ministro das Relações Exteriores, mas para comparecer a Manaus para tirar selfies com “refugiados” venezuelanos e atacar Maduro, com um programa - para um país que separa crianças dos pais e os enfia em  campos de concentração infantis, vulneráveis a todo tipo de abuso - profundamente hipócrita e descaradamente político.


O espetáculo, que poderia ter sido feito na Colômbia, onde acaba de ser eleito um governo proto-fascista, à direita do que havia antes, não foi encenado  no Brasil por acaso.


Tratava-se de mandar um recado claro a outras capitais, como Buenos Aires, à própria Bogotá e Santiago, de que aqui, agora, quem manda são eles.


Que falam e fazem o que quiserem,  no território de um país cada vez mais abjeto, submisso e irrelevante do ponto de vista internacional.


Até mesmo oficiar cerimônias religiosas e atacar de forma iracunda seus desafetos regionais, sem dar satisfação a quem quer que seja, como se estivessem em  sua própria casa.


Incluído ou, principalmente o próprio governo brasileiro,  de quem o vice-rei do palhaço maluco que agora ocupa a Casa Branca puxou as orelhas publicamente, cobrando mais rigor no trato com a Venezuela.


A ressaltar, a digna atitude do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, que se recusou a atender às humilhantes  exigências do protocolo de segurança norte-americano e não foi ao pé do avião receber o gringo, um ex-católico convertido ao protestantismo, membro do Tea Party, extrema-direita dos “conservadores” norte-americanos, famoso por ter metido a tesoura nos orçamentos de programas sociais quando era governador de Indiana.  


Pronto a deixar o poder no final do ano, Temer não irá aos EUA.


Se o fizesse,  seria aconselhável já ir calçado de havaianas.


Para não ter o trabalho de tirar os sapatos quando fosse revistado pelos agentes de “la migra” ao passar pelos controles de entrada no país do aeroporto.

27 de jun. de 2018

OU O STF PARA O FASCISMO OU O FASCISMO TOMA POSSE DO BRASIL.





(Do blog com equipe) - A fascistada acordou ontem,  com a decisão da segunda turma do STF de relaxar a prisão de José Dirceu, com uma macaca de pijama de cetim.

As reações foram um primor de hipocrisia, canalhice  e manipulação.

Até mesmo procuradores ligados à Lava Jato, provando mais uma vez que não tem a menor desfaçatez de tentar fazer,  descaradamente, política - o que lhes é claramente vedado pela Constituição - atacaram a decisão do Supremo Tribunal Federal e postaram, com a criatividade e o senso de humor de lagartos dourando-se ao sol, piadinhas e “ironias” insossas nas redes sociais.

Apesar do jogo da seleção brasileira, bolsossauros, mbls e hitlernautas, passando por coxinhas adoradores de patos de borracha e outros tipos de otários que compõem, de modo geral, a massa ignara e preconceituosa que se espraia como detrito sólido na maré baixa cibernética, rasgaram as vestes e espalharam as cinzas do morolismo e da falsidade sobre suas cabeças, em um dia como todos os outros, em que a esquerda e aqueles que se dizem preocupados com a democracia e o futuro da liberdade no nosso país não federam nem cheiraram e brilharam, mais uma vez - que nos perdoem a franqueza - por sua costumeira ausência do combate direto ao fascismo nos espaços de comentários dos principais jornais, revistas e portais da internet.

Ao fazer isso, muita gente perdeu a oportunidade de lembrar que, quanto a José Dirceu, qualquer um com um mínimo de discernimento que não se paute de forma abjeta e imbecil pelo noticiário das  redes de televisão, sabe que o mensalão foi um golpe destinado a livrar a cara de bandidos que para tirar o seu traseiro da reta resolveram jogar um coquetel de esterco e de mentiras no ventilador.

Abrindo caminho para uma interferência indevida da justiça na história nacional, baseada em uma tese jurídica aqui esdruxulamente aplicada, que deu início a um processo retorcido de criminalização do financiamento empresarial de campanha, da atividade política e do presidencialismo de coalizão no Brasil.
Não se pode continuar repartindo, de forma desigual, como o pão do inferno, entre gregos e goianos, a perseguição, a exceção e a arbitrariedade, e o ideal é que elas deixassem de ser usadas, ao menos no plano jurídico,   como cínicas e contundentes armas políticas neste país.

É preciso parar, ou ao menos disfarçar, a evidente, massacrante, de paquidérmica sutileza, parcialidade e seletividade de certos segmentos da justiça no Brasil.

Da mesma forma que ninguém investiga em que circunstâncias se deu, por empresas privadas, o financiamento e a construção da sede do Instituto  Fernando Henrique Cardoso, que foi inaugurado em apenas dois anos, com dez milhões em caixa e todo mundo investiga o terreno que pretensamente estava destinado ao Instituto Lula.

Do mesmo jeito que policiais e procuradores fuçam, com lupas, as provas das palestras de Lula, quando e como foram feitas, procurando pelo em cabeça de ovo, e ninguém investiga as de Fernando Henrique, que custavam o mesmo preço e eram dirigidas para basicamente os mesmos clientes, sem que nesses encontros FHC explicasse o milagre de ter feito o PIB e a renda per capita do país diminuir e a dívida líquida pública duplicar com relação ao PIB em oito anos, apesar de ter vendido 100 bilhões de dólares em empresas estratégicas para os gringos; e Lula certamente tenha sido instado a explicar  como conseguiu quintuplicar o PIB e a renda per capita em oito anos e cortar a dívida pública pela metade, além de pagar os 40 bilhões de dólares que FHC deixou de dívidas com o FMI e ainda economizar mais de 300 bilhões de dólares em reservas internacionais.

E que todo mundo investiga e bloqueia o dinheiro do Instituto  Lula e os bens de Lula, mas ninguém os recursos do Instituto de Fernando Henrique, que tem  dentro e fora do Brasil apartamentos (mesmo quando se trata de agregados) perto dos quais o tal triplex - que, ao contrário de FHC, não está nem nunca esteve no nome de Lula - pareceria um barraco de favela; José Dirceu foi condenado por fazer consultorias quando, se fosse de direita, todo mundo acharia perfeitamente normal que as fizesse e ainda enfiasse dezenas de milhões de reais no bolso - vide o caso do Sr. Henrique Meirelles que recebeu, pouco antes de entrar  no governo, mais de 220 milhões de reais com esse tipo de serviço apenas em contas no exterior em quatro anos e ninguém se coçou por causa disso.

Ora, ao soltar João Cláudio Genu e José Dirceu, permitindo que eles aguardem em casa os recursos encaminhados por sua defesa, deixando claro que ao tomar essa decisão não estavam agindo de forma ideológica, porque os dois beneficiados pertencem a orientações políticas totalmente diferentes, a maioria  dos ministros da Segunda Turma mostrou que não aceita a validade de súmulas gestapianas (de GEHEIME STAATSPOLIZEI, a polícia secreta do estado nazista) como a do TRF-4, que transformou em automática a prisão após condenação em segunda instância.

Nem a chicana armada pela vice-presidente da mesma instituição,  endossada pelo Ministro Edson Fachin, dirigida a sabotar o funcionamento da justiça e impedir que os ministros da Segunda Turma pudessem apreciar e julgar a situação de Lula, em um momento de extrema gravidade para o futuro nacional.

O que está por trás dos embates do Supremo, entre “justiçalistas” (de justiçamento mesmo) e constitucionalistas, não é apenas o destino de um ex-presidente da República mas o porvir do Brasil.

O ministro Edson Fachin e outros  que tem seguido suas posições precisam entender que, com sua teimosia em impossibilitar, com manobras jurídicas, a candidatura Lula, baseados em uma condenação espúria, sem provas, criticada em todos os países civilizados do mundo, estão assumindo - ao impedir que o povo escolha livre e soberanamente por quem quer ser governado - mais que o risco, a inequívoca decisão de entregar o Brasil de mão beijada à truculência e ao autoritarismo da pior espécie nas  eleições que se realizarão neste país em pouco mais de 12 semanas.
A ignomínia e o descaro é tão grande que já tem deputado afirmando, publicamente, que é preciso "parar o STF".
 
Quando o que está ocorrendo é exatamente o  contrário.

Depois de tantos equívocos, recuos e subterfúgios, é o FASCISMO. com base na mais estrita observância da Constituição e do espírito da lei, que tem que ser parado pela Suprema Corte do país.

23 de jun. de 2018

LULA E A MALDIÇÃO DO ÓDIO


(Do blog com equipe) - O sistema tenta, tenta, mas não consegue disfarçar a sua permanente estratégia lafontainiana do Lobo e do Cordeiro com relação a Luís Inácio Lula da Silva.

Não que Lula seja - muito pelo contrário - um ovino.

Sem chegar a ser uma jararaca, sua força junto à população brasileira não pode ser subestimada ou não estaria - mesmo preso - à frente de todas as intenções de voto para a presidência da República.

Aliás, voltando à fábula lupina, não é por outra razão a não ser essa que o objetivo evidente da extrema-direita, de morolistas a intervencionistas, mbls e bolsonarianos, é conservar o ex-presidente preso, seja por quantos ou quais motivos forem desde que um deles se preste a mantê-lo afastado das urnas, da vontade popular e das eleições presidenciais deste ano.      

Da mesma forma que o imparcial vice-rei de Curitiba, retornado de mais um périplo pela Metrópole, apressa a repetição da condenação furada do tríplex no caso do sítio de Atibaia, calculando seu desfecho para uma data próxima da véspera do pleito eleitoral, só os ingênuos acreditam que a homologação da delação premiada de Palocci foi aprovada justamente agora pelo desembargador  João Pedro Gebran Neto, um dos cavaleiros do apocalipse do TRF-4, porque o STF acaba de aceitar a possibilidade da negociação de delações premiadas pela Polícia Federal e que isso não teve nada a ver com o julgamento dos recursos da defesa de Lula que estava marcado para daqui a quatro dias na Suprema Corte.

A delação de Palocci não acrescentará nada à narrativa e à estratégia conhecida por todos, desde que a tese do suposto mensalão foi inventada para tirar o traseiro de um pilantra da reta da seringa e inaugurou quase que oficialmente a abjeta prática da utilização maciça da justiça como arma política no Brasil.

É o mesmo "bom" e velho golpe dos prejuízos da ordem de dezenas de bilhões de reais da Petrobras, que nunca existiram a não ser por delações de conveniência, como provado pela AEPET recentemente, e da criminalização retroativa do presidencialismo de coalizão, do Caixa Dois e do financiamento privado de  campanha, com o já cansino objetivo de, sem provas que o justifiquem, atingir Lula e Dilma.

Uma meta já perseguida antes, por tantas vezes, com dezenas de delatores "premiados" de todas as espécies e matizes, que aceitaram corroborar a história da carochinha oficial, como quase que única, exclusiva forma, de se livrarem das respectivas grades, mesmo que apenas para conquistar o direito a prisão domiciliar ou ao uso de uma tornozeleira eletrônica.

No inesgotável cinturão das mentiras e das manobras as balas de ouro, aço e prata se reproduzem, como em um passe de mágica, como fungos na superfície do esgoto ou um bando de roedores escondidos entre os caixotes do Ceasa.

Todas as vezes que o destino de Lula está prestes a ser decidido mais uma vez pelo STF, o "sistema" saca, como uma pistola com o pente sempre lotado,  mais um factoide contra o ex-presidente da República, voltado, quando necessário, não apenas para constranger os membros da Suprema Corte mas também para intoxicar a opinião pública.

Ou um novo casuísmo destinado a cercar e combater, por todos os lados, a mais remota chance que ele tenha de sair do lugar em que se encontra.

No impedimento de - mesmo com a delação de Palocci - se assegurar um julgamento que prejudicasse Lula no âmbito da Segunda Turma do STF, uma vice-presidente do mesmo TRF-4, alegando que as provas - absolutamente inexistentes - não poderão mais ser revistas, negou - na undécima hora - a possibilidade do recurso extraordinário ser analisado pelo STF, dando ao Ministro Fachin a oportunidade de suspender o julgamento e arquivar o pedido da defesa.

Iludem-se aqueles que acham que, quando forem registrados no livro de História os anais dos vergonhosos dias que este país está vivendo agora, não estarão lá, boi a boi, os nomes daqueles que estão fazendo, com uma descarada guerra jurídica, tudo que é preciso para entregar o país ao fascismo no final de 2018.

Assim como se equivocam dentro do próprio PT aqueles que acham que Lula tem alguma chance de voltar ao embate eleitoral com alguma estabilidade em sua situação ou um mínimo de segurança jurídica.

Além de mantê-lo como candidato até quando for possível, urge providenciar a costura de uma aliança nacional antifascista, porque novos processos - e campanhas midiáticas - serão fabricados e movidos, em sequencia e sucessivamente, sempre que for necessário, contra ele, até que surja um novo golpe jurídico destinado a impedi-lo definitivamente de concorrer às eleições.

A desavergonhada lawfare vai continuar, apesar da posição de certos membros do Supremo.

Afinal, é preciso castigar, exemplarmente, independentemente da simpatia da maioria da população estar com ele, o cabeça chata suspeito de sua mulher - que já morreu - ter tentado comprar um triplex xexelento ou de tentar ajudar a dar uma melhoradinha num sitiozinho mambembe de um amigo, para se esconder nele nos fins de semana, justamente da exposição e do tipo de vizinhança incômoda que teria infernizado a vida da família mais caluniada do Brasil caso ela tivesse insistido em se mudar pro Guarujá.

Um sem-dedo, um sem-pescoço atrevido, culpado de ter caído ainda criança de um pau de arara na periferia da maior cidade do país, para transformar o Brasil em um país capaz de fabricar caças supersônicos e submarinos a propulsão nuclear e na sexta maior economia do mundo.

Enquanto outros políticos e homens públicos que fizeram de papel passado excelentes negócios com imóveis nos últimos anos passam suavemente, pelo céu azul de Brasília, como Zeppelins prateados, montados em brancas nuvens de cúmulus, acariciadas pelo sopro  leve , quase brisa - dos ensolarados ventos do Planalto, embalados nos seus sonhos de poder e de grandeza - agora cada vez mais próximos, graças à perseguição e a condenação de Lula.

O objetivo está claro e é solerte, desprezível.

Não apenas impedir o outsider que veio de Garanhuns de voltar a fazer política.

Mas mantê-lo aprisionado - com base em uma condenação que até mesmo as pedras do calçadão de Copacabana sabem que é mentirosa e fuleira, baseada em uma escritura inexistente e em nenhuma ligação com o suspeitosíssimo escândalo da Petrobras - até mesmo depois de sua eventual morte institucional, com novas e numerosas acusações e sentenças, baseadas em delações premiadas, que pesem sobre sua cabeça como as gigantescas lápides que cobrem, nos filmes de terror, os sarcófagos dos faraós amaldiçoados, para que eles não possam ser despertados nem voltar jamais à vida.

Neste país de hipócritas, covardes e calhordas,  ninguém sabe o que é maior e mais absoluto.

Se o medo de ver de novo um governo nacionalista e desenvolvimentista no Palácio do Planalto, capaz de pagar a dívida com o FMI e economizar - sem aumentar a divida-PIB com relação a 2002 - 380 bilhões de dólares em reservas internacionais.

Se o ódio irracional, rasteiro, ascaridiano, parasitário, que aqueles que desprezam o Brasil - mas não renunciam a dominá-lo - nutrem, como o veneno que lhes escorre como baba do canto da boca, pelo ex-presidente Lula.




20 de jun. de 2018

‘MOROLISMO”, “JUSTICIALISMO”, “POLICIALISMO” E O NOVO DICIONÁRIO POLÍTICO BRASILEIRO.



(Do blog com equipe) - Se viéssemos a escrever um novíssimo dicionário político brasileiro destinado a ajudar a entender o que está acontecendo com o país nos dias de hoje, há certos verbetes que não poderiam, com certeza, faltar nessa apressada obra. Deixando a ordem alfabética de lado, poderíamos começar pelo TEMERISMO, como quase todo projeto neoliberal, um sinônimo de austericídio e de entreguismo, que, no caso, além de nefasto para o país, é praticado metendo os pés pelas mãos, no estilo tripatetário, como se viu pela greve dos caminhoneiros derivada da desastrosa gestão da política de preços da Petrobras. Ou pelo MANETISMO, praticado, apática, descoordenada ou displicentemente, pelo exército - com o perdão do uso do termo politicamente incorreto - de “manetas” virtuais composto por dezenas de milhares de cidadãos democratas, nacionalistas, desenvolvimentistas, ou de esquerda, que agem como se tivessem tido as mãos amputadas na sua permanente e acachapante negativa em dar combate e enfrentar os fascistas e com eles disputar os espaços de comentários dos principais portais e veículos de comunicação, dando à massa indecisa que se informa pela internet e ao mundo inteiro, de resto, não apenas a impressão, mas muitas vezes a certeza de que a visão e as opiniões da extrema direita são amplamente majoritárias, hoje, no seio da opinião pública brasileira. Vide, por exemplo, a repercussão à absolvição de Gleisi Hoffman pelo STF, ainda hoje, em que as opiniões contrárias a ela e ao PT ganham de 10 a 1 das que atacam a segunda turma do STF pela posição tomada em defesa da necessidade de provas cabíveis para a condenação em casos semelhantes. Isso em um país em que o PT afirma ter mais de 2 milhões de filiados ! Mas os mais importante verbetes, desse novo léxico que anda faltando em nossas reais e mentais prateleiras, seriam, para efeito do atual momento político, o MOROLISMO - movimento baseado na idolatria da egolatria e na prática de um pseudo julgamento moral caracterizado pela distorção da realidade, o preconceito rasteiro, a mais descarada parcialidade, a seletividade e a hipocrisia, além da negação da Lei, da Constituição e do Estado de Direito, intimamente sustentada pela convicção de que os meios acabam por justificar os fins, principalmente quando esses fins são ideológicos. E o seu filho direto e dileto, o JUSTICIALISMO (nada a ver com a acepção argentina do termo como sinônimo e uma espécie de denominação mais formal do peronismo) - um movimento não oficialmente organizado, caracterizado, desde que nasceu, com as famigeradas 10 Medidas contra a Corrupção, pelo endeusamento farisaico da justiça como instituição supostamente voltada para a purificação e correção de todos os males nacionais, destinada por Deus, na hora em que passou certos sujeitos em concurso, a: - tutelar a República - exemplar os representantes eleitos - mitigar os males provocados pelas escolhas eleitorais da pobreza Desde que ela, essa espécie de “justissa”, persiga e castigue apenas os desafetos e defenda e proteja apenas os objetivos e a visão ideológica dos próprios justicialistas. Isso faz com que, mais que entre “punitivistas” e “garantistas”, os membros da Suprema Corte, do Ministério Público e do Judiciário, se encontrem atualmente divididos entre justicialistas, abrigados em organizações de classe arraigadamente corporativistas e forças-tarefas e operações que se transformaram em verdadeiros partidos políticos; e os constitucionalistas, que mais recuam que avançam, e observam, perplexos, o que está acontecendo com o país, juntando-se, alguns, em torno de instituições marginalizadas pelo sistema jurídico-midiático, como a Associação Juízes para a Democracia, e os dissidentes do Ministério Público Democrático que - em virtude da direitização da entidade - deixaram a organização em 2016. Às vezes, vencem os constitucionalistas, como aconteceu ontem, com o julgamento da Presidente do PT e há alguns dias, com a proibição, por um único voto, da condução coercitiva, depois que esse instrumento fascista e arbitrário, digno da Gestapo, foi usado mais de 200 vezes para pressionar, no mais puro estilo torquemadiano, dezenas de “delatores” que contribuíram, com sua deduragem “voluntária” arrancada a fórceps e com seu medo de vir a ser presos “provisória” e indefinidamente, para a construção da narrativa distorcida e mendaz da Operação Lavajato. Nesse bolero com as circunstâncias, à base de cinco passos para trás e um para a frente, os constitucionalistas às vezes ganham, mas nem sempre levam. Como constatou certo ministro do STF outro dia, deparando-se com grande número de mães com filhos de menos de 12 anos de idade em uma prisão que estava visitando, apesar de decisão proibindo essa prática ter sido promulgada pela Suprema Corte desde fevereiro deste ano. Porque, na maioria das vezes, neste país, triunfam o arbítrio, o casuísmo, a exceção, a mentalidade meramente repressiva, a vontade do delegado de plantão que autorizou a prisão, ou a dos carcereiros que instituem e aplicam as próprias leis dentro do muro das cadeias, especialmente contra aqueles que não contam com assistência jurídica, com o mais absoluto desprezo pelo sistema que deveria controlá-los, e, quando necessário, coibi-los. Afinal, estamos em uma nação em que ministros da mais alta corte do país são insultados impunemente por procuradores saídos, há pouco do cueiro e por centenas, milhares de hitlernautas, todos os dias, sem nenhuma reação digna desse nome, quando deveriam todos eles ser imediatamente processados e punidos, em benefício ao menos da preservação das instituições. Há ingênuos e “espertos”, nas filas da “justiça”, principalmente entre jovens procuradores e juízes que nunca leram nada a não ser as apostilas de seus cursinhos de concurso, que sonham com o momento em que o Brasil irá transformar-se, de facto, na primeira República Justicialista do mundo. Um sistema político não oficializado, no qual deputados, senadores, governadores e prefeitos ficariam permanentemente submetidos, principalmente após o fim do foro privilegiado, à tutela, vigilância, monitoramento, vontades e mandato - que não depende de voto - de procuradores e magistrados, especialmente os de primeira instância. Sonha, Marcelino, sonha - como o milagroso personagem do velho filme espanhol da época do franquismo. Eles se esquecem que o Morolismo e o Justicialismo têm, ambos, as mesmas raízes punitivistas e arbitrárias que cresceram na vertente conservadora e anacronicamente anticomunista que deu origem e fortaleceu, em tempos recentes, outros verbetes de nosso glossário, como o INTERVENCIONISMO e o POLICIALISMO, derivado, este último, principalmente da vasta indústria do medo que defende a expansão contínua do aparato repressivo do país que mais mata no mundo como única solução para os problemas de segurança, e se sustenta em conceitos como o de “anti-direitos” dos “manos” e o de “bandido bom é bandido morto”, que mataram Marielle Franco e seu motorista e levaram uma milícia brutal, corrompida e assassina, composta em sua maioria por ex-agentes de segurança, ao poder em dezenas de comunidades do Rio de Janeiro. Presentes dentro e fora do Congresso, e nos dois lados da lei, há policialistas convictos que são corporativistas; aqueles que acham que policiais têm que ter cada vez mais privilégios e ganhar salários cada vez mais altos, ocupando, como uma particular casta, uma posição muito acima que a dos cidadãos comuns; e aqueles que acreditam e defendem que o policial pode cometer qualquer tipo de crime, desde que ele - supostamente - o faça “em nome” ou na sua condição de “defensor” da sociedade. São os policialistas - que simulam apoiar e estar ligados aos preceitos aparentemente inatacáveis do morolismo e do justicialismo - e que estão contando com a “justissa” para tirar Lula da eleição para que possam eleger seu candidato, que sairão vitoriosos da parada e tomarão conta do país, destruindo depois, como fez o escorpião com a tartaruga, aqueles que os estão ajudando a atravessar o Rubicão agora. Ao contrário do que eles mesmos pensam, o protagonismo de certos procuradores e juízes de primeira instância não aumentará, no médio e no longo prazo, se Lula continuar preso e for proibido de disputar - por única e exclusiva responsabilidade da justiça brasileira - as próximas eleições. Pelo contrário, ele diminuirá, da mesma forma que irá se enfraquecer, ainda mais, a democracia e o Estado de Direito como um todo. A justiça normal, e a justicialista - com seus diplominhas e regabofes no exterior, seus togados e engravatados, e suas glamourosas e bajulatórias capas de revista - assistirão - caludas! - à inversão das relações de poder, quando os ministérios estiverem todos nas mãos de militares conservadores e autoritários da reserva e a maioria dos cargos de confiança do Estado ocupados por pms, policiais federais e civis. Ou alguém acha - prestemos atenção aos eloquentes sinais silenciosos - que é por acaso - a exemplo do que acontecia às vésperas das eleições de 1932 na Alemanha, quando todo membro das forças de segurança tinha um uniforme das SA em casa - que nada menos que 65 policiais “voluntários” tenham se oferecido para fazer a segurança de certo pré-candidato à presidência da República em uma recente “reunião”, outro dia, em um evento no qual, entre outros mimos, vendiam-se camisetas fazendo a apologia de acusados de tortura? Afinal, se, na ausência da balança serena e equilibrada da boa justiça, os libelos acusatórios distorcidos e irresponsáveis de procuradores barbados e imberbes e os martelos dos juízes partidários e seletivos de primeira instância têm poder… muito mais força - onipotente, ilegítima, antidemocrática, absoluta - terão os porretes dos soldados e dos porões e os fuzis e até mesmo os revólveres dos guardinhas de esquina, no governo arbitrário e policialesco que, nascido do casuísmo político que muitos estão tentando consolidar como favas contadas agora, irão - se a justiça brasileira (e os manetistas) não corrigir a tempo seu rumo - mandar muito, mas muito mais e mais impunemente ainda, a partir do próximo ano.

14 de jun. de 2018

CRISE ARGENTINA ESCANCARA A TRAGÉDIA DA INCOMPETÊNCIA NEOLIBERAL E DESMENTE MAIS UMA VEZ O MITO DE QUE O PT QUEBROU O BRASIL.

(Do blog com equipe) - O pedido de penico da Argentina ao FMI, de 50 bilhões de dólares, uma situação impensável no governo Kirchner, que zerou o passivo do país com a instituição e diminuiu a dívida pública em dois terços, mostra o perigo de se entregar o país aos “analistas” do mercado, que só pensam em manipular investidores e promover a especulação, e em mentir descaradamente a serviço de uma mídia mendaz e hipócrita, na televisão e em outros meios de comunicação.


Quando Nestor Kirchner subiu ao poder, depois do desastroso governo austericida e conservador - na economia - de Fernando De La Rúa, as reservas internacionais argentinas eram de 14 bilhões de dólares e a relação dívida pública-PIB de 135% - uma das mais altas do mundo.

Quando sua mulher, Cristina Kirchner, que o sucedeu, saiu do poder, em 2015, a Argentina havia pago sua dívida com o FMI, as reservas eram de quase o dobro e a relação dívida-PIB quase três vezes menor, ou de 42% do PIB, mesmo com os pagamentos feitos aos fundos “abutres” que não aceitaram a renegociação da dívida nacional anterior à era Kirchner, determinados pelo juiz Griesa, de Nova Iorque.

Mas de nada adiantou esse esforço.

A relativa dignidade argentina - com todos os problemas e desafios enfrentados pelos governos Kirchner - durou menos que uma década.

Em apenas dois anos, a administração neoliberal, conservadora, entreguista, “pró-mercado” do governo Macri conseguiu aumentar a dívida pública do país em 10 pontos percentuais, para 56% do PIB, a inflação, no ano passado, foi de 25% e neste ano já passa de 15%.

Levando Buenos Aires a pedir novamente, depois de muitos anos, arrego ao Fundo Monetário Internacional.

I

Quase exatamente - lembram do efeito Orloff ? - o que está começando a acontecer aqui.

Cantinho do mundo em que o governo neoliberal e entreguista atual recebeu o Brasil com uma relação dívida bruta-PIB de 63% e está correndo o risco de repassá-la ao próximo governo, no final do ano, próxima de 80%;

Com um aumento de mais de 16 pontos percentuais em pouco mais de dois anos, quando ela diminuiu, tanto no conceito bruto como no líquido - consultem os dados do Banco Mundial - nos 12 anos dos governos do PT.

Se Temer também ainda não está, como Macri, batendo às portas do Fundo Monetário Internacional, agradeça-se não ter tido ainda tempo, com as atitudes que anda tomando, de obrigar o país a tomar esse caminho.

E também aos governos nacionalistas anteriores, que pagaram em 2015 a dívida que FHC deixou com o FMI, de quarenta bilhões de dólares, e ainda multiplicaram por 10 as reservas internacionais, de 37 bilhões de dólares em 2002, para 370 bilhões de dólares em 2016.

O patamar em que se encontravam quando do desfecho da conspiração parlamentar, jurídica e midiática golpista que tirou - ao som das panelas e dos foguetes de milhares de otários - a Presidente Dilma Roussef do poder,

A ponte para o “futuro”, do neoliberalismo abjeto e antinacional está dando certo na Argentina.

Já conseguiu levou o país do tango e das empanadas de volta para o passado e - de banho tomado, chupeta, pijaminha de seda e gumex no cabelo - de novo para o colo do Fundo Monetário Internacional.

Enquanto, por estas bandas, a parcela da mídia mais farsante e solerte continua insistindo, com asseclas próprios, além daqueles que são “convidados” e alugados, no discurso único, parcial, falacioso e calhorda de que o PT quebrou o Brasil.

Um país que já arrecadou um trilhão de reais em impostos este ano, produz quase três milhões de barris de petróleo por dia e é - ainda hoje - para a tristeza de certos vira-latas americanófilos que aqui coaxam permanentemente - o quarto maior credor individual externo dos Estados Unidos, como se pode conferir no site do tesouro dos EUA.

Mas, afinal, se o povo ficasse sabendo disso, como continuar destruindo os bancos públicos, os direitos dos trabalhadores e entregando o país aos gringos, a preço de banana, como se está fazendo permanentemente nesse governo ?

6 de jun. de 2018

A COLÔMBIA NA OTAN E OS PROTOCOLOS DA CAPITULAÇÃO

(Do blog com equipe) - Se tivesse tempo, um artigo cada vez mais escasso no meu caso, gostaria de escrever um livro que poderia se chamar “garrafas ao mar”, ou “notas ao pé da história” na esperança de que estas linhas fossem lidas por alguém daqui a algumas décadas, do qual constaria um extenso capítulo chamado os "diários" ou "protocolos" da capitulação, para descrever - com nomes, datas e fatos - os tempos vergonhosos que estamos vivendo;


Tempos temerários - no sentido de sua irresponsabilidade e imprudência - com relação ao que estamos fazendo com o nosso futuro como nação.


Só a janela aberta, inesperadamente, em termos históricos, por meio de um impeachment espúrio, para a repentina ascensão de um governo ilegítimo e antinacional ao poder, consegue explicar a ofegante sofreguidão - de caráter quase sexual - com que o Brasil tem sido entregue - sem planejamento, sem discussão, sem estratégia alguma - a seus concorrentes e a eventuais controladores externos, nestes anos de sabotagem da democracia, que culminaram com a interrupção do processo democrático, no momento da queda da Presidente Dilma e podem levar o país ao fascismo, a partir do próximo ano.     


De um país que saiu da decima-quarta economia do mundo em 2002, para a sexta maior do planeta em 2011, que lançou o BRICS, que quintuplicou o PIB em dólares, que pagou a dívida com o FMI, que estava construindo tanques, submarinos - incluído um de propulsão atômica - aceleradores de partículas, caças supersônicos, aviões de transporte militar, radares, fuzis de assalto, mísseis de saturação e até mesmo de cruzeiro, nos transformamos  em uma republiqueta de bananas, quase da noite para o dia.


A cargo de uma administração que, embora não consiga assegurar a chegada de combustíveis aos postos de gasolina, assinou documentos garantindo a entrega de centenas de milhões de barris das reservas de petróleo do pré-sal para empresas estrangeiras, algumas delas estatais, ou sob controle de governos de outros países.


Que negocia a entrega - a repetição do verbo é intencional, não de estilo - da EMBRAER para a Boieng, com o estabelecimento de uma parceria que lembra aquela que o porco firmou com a galinha para vender ovos com bacon.


Que, em um momento em que os EUA repassam seu programa espacial para a iniciativa privada - vide a Space-X, de Elon Musk,   - pretende entregar o controle da Base Espacial de Alcântara para os Estados Unidos - sem ao menos pensar em equilibrar essa doação com a negociação da construção de outras bases espaciais em nossa linha do Equador em aliança com outras nações, muito mais propensas a nos transferir tecnologia, como a Rússia, a Índia e a China.

Que pretende também entregar os nossos céus, agora, sem restrições, com a cumplicidade do Congresso, a companhias aéreas estrangeiras.


Em um país que desfila - em discutíveis marchas em que todos os fascistas comparecem, menos Jesus, porque esse nunca foi fascista - defendendo a transferência da embaixada brasileira para Jerusalém, com bandeiras de Israel, saudando a direita sionista,


Um governo que abandona - coisa que nem mesmo os militares ousaram fazer - a doutrina de não interferência em assuntos internos de outras nações, para comandar na OEA - Organização dos Estados Americanos, lado a lado com os EUA - ao contrário do que fizemos com Cuba, em 1962, quando nos abstivemos - o indecente processo de cerco contra a Venezuela.   
     
Enquanto isso, as verdadeiras intenções do “ocidente” com relação ao Brasil, ficam cada vez mais claras, com o processo de “ucranização” da Colômbia e sua entrada na OTAN e também na OCDE, aqui celebrado por viralatas inquietos como um sinal do sucesso daquele país e do “atraso” brasileiro nas relações internacionais.


Não se entende que da mesma forma que o avanço do processo de entrada de Kiev na OTAN - no dia 10 de março de 2018 essa organização reconheceu o status da Ucrânia como “país candidato” -  está voltado para completar o cerco do “ocidente”, por meio de países satélites, contra a Rússia; a entrada da Colômbia na organização, longe de estar sendo feita contra a Venezuela, dá início a cerco semelhante do Brasil por nações sob o mando militar da Europa e dos Estados Unidos, com a possível instalação, no futuro, de mísseis do outro lado das nossas fronteiras - como ocorreu com a recente colocação de foguetes “Patriot” na Lituânia dirigidos contra a Rússia - que estarão voltados não para Caracas, mas para as principais cidades e alvos militares brasileiros.


A estratégia geopolítica “ocidental” é clara.


Sabotar-nos e cooptar-nos ou nos cercarmilitarmente, espalhando bases em países que estiverem em nossas fronteiras.


Assegurar a eleição de governos fantoches de direita - no caso da Ucrânia foram governos de inspiração neonazista - assim como estão tentando fazer em volta da Rússia de Putin, e, em menor escala, com a China, que está fortalecendo sua presença na Ásia e no Pacífico e não lhes permite essa ousadia.


Para inviabilizar, com isso, a continuidade do BRICS, a única alternativa multilateralista capaz de desafiar a hegemonia anglo-saxã no mundo e a principal razão de ordem externa por trás dos golpes sofridos pelo PT, nos últimos anos, e de Lula estar sendo mantido na cadeia, afastado das eleições presidenciais.


Uma missão cumprida por uma justiça dócil, ou, no mínimo simpática aos interesses norte-americanos e “ocidentais”, treinada, manipulada e corrompida, pelos gringos, com cursos de “liderança”, seminários de “cooperação”, espelhinhos e miçangas, como vemos com os regabofes para Moro promovidos pelos Estados Unidos e países satélites, em terras estrangeiras.         


O objetivo é controlar o Brasil tirando-nos todos os instrumentos - como os bancos públicos, a EMBRAER, a Base Espacial de Alcântara, a Petrobras e o pré-sal - que possam possibilitar o nosso desenvolvimento autônomo, consolidando, a partir disso, com o fim da UNASUL e do Conselho de Segurança da América do Sul, o domínio  do nosso subcontinente, já que, como disse Richard Nixon, certa vez, “para onde for o Brasil, também irá a América Latina”.


Quanto à OCDE, aqui celebrada pela coxinhice ignorante e viralatista como um clube de países desenvolvidos, é mais uma organização factoide, criada para enfraquecer a cooperação sul-sul, sem nenhuma importância geopolítica concreta, a não ser a de ajudar a manter sob controle os países menores que se candidatam a entrar nela.


Se fosse um clube de ricos, a OCDE não contaria com o México - a não ser como mordomo - um país que, apesar de ser membro dessa organização e do NAFTA há muito tempo, tem hoje mais pobres do que tinha há 20 anos, como afirma, apoiado pelas estatísticas de praxe, o candidato às eleições presidenciais de julho naquele país, Ricardo Anaya.


Iludem-se aqueles que acreditam que, entregando de mão beijada o Brasil ou entrando, em um futuro cada vez mais provável - depois que já estivermos cercados por suas bases - para a OTAN,  como “sócio global”, como está fazendo a Colômbia - um eufemismo para colônia de terceira classe, muito abaixo, portanto, de países satélites como a Polônia ou a Hungria; e nos alinhando geopoliticamente aos Estados Unidos e à Europa, abandonando qualquer veleidade de desenvolvimento autônomo, apesar de controlarmos o quinto maior território e população do mundo, que nos foi legado,  à custa de sangue, suor e coragem, por nossos antepassados, iremos nos transformar, daqui a uns 50 anos, em uma espécie de Austrália.


Acorda, Muttley!

Não se iludam, coxinhas!


Por aqui não temos cangurus, nem somos todos branquinhos, de olhos verdes e azuis, não merecemos ser súditos da Rainha, não temos entrada franca nos EUA, nem pertencemos à Commonwealth - somos devovidos dos aeroportos europeus, aos magotes, mesmo quando estamos indo a turismo, gastar dinheiro.


Independência, altivez, soberania?


-Nevermore! Diria o corvo de Edgar Allan Poe.

Neste caminho, o que nos espera é o glorioso destino mexicano - tão longe de Deus e tão perto dos EUA, segundo Porfírio Diaz, coitados - um “sócio” ocidental em vias de ser aprisionado por um muro em que poderia ser perfeitamente afixado, do lado norte-americano, um cartaz com um “mantenha do outro lado os animais” escrito, que, hoje, por mais que exporte maquilas não consegue ter os superávits brasileiros, no qual o salário mínimo em janeiro de 2018 foi de 4,6 dólares por dia, ou entre 300 e 400 reais por mês, tirando os finais de semana.           


Não há nada mais indecoroso do que entregar um país depois de exterminar seus sonhos, com um banho altamente tóxico de mentiras e hipocrisia.


Ao fazer o que está fazendo - o que inclui a provável desnacionalização da Eletrobras, uma das maiores distribuidoras de energia elétricas do mundo, também a preço de banana - apesar de ter arrecadado em impostos cerca de um trilhão de reais no primeiro semestre e de estar sentado sobre 380 bilhões de dólares em reservas internacionais herdadas, em mais 95%, dos governos Lula e Dilma - o atual governo assina, sob o olhar implacável da História,  os protocolos da capitulação de uma nação que há alguns anos pretendia ser grande, independente e forte, e que, devido ao avanço da subserviência e de um movimento de extrema-direita abjeto, derivado das costelas do lawfare, do coxismo, do golpismo e do entreguismo apátrida, tão em voga na internet nos dias de hoje, está cada vez menor, tanto no contexto moral quanto no geopolítico.

5 de jun. de 2018

"DEU RUIM" NO GOVERNO. CHAMEM OS TRÊS PATETAS, POR FAVOR !

(Do blog com equipe) - Como avisamos que iria acontecer, quando o governo fez seu teatrinho e anunciou, pela primeira vez o “acordo” com os caminhoneiros, não adiantou diminuir impostos nem tabelar em 36 centavos a queda de preço - os outros combustíveis continuam aumentando - que o valor do diesel não caiu nem a pau nas bombas dos postos de gasolina.


Segundo a ANP, pelo contrário, o lucro dos postos aumentou brutalmente durante a crise, mostrando que, neste maravilhoso sistema capitalista abençoado pelo deus argentário das igrejas multitudinárias que vendem água de torneira, em que vivemos, não existe solidariedade, patriotismo e cidadania e os interesses estão voltados, primeiro, para o próprio bolso, quando se trata do “empreendedor” brasileiro.   


A solução, que o governo se recusa a enxergar, dirigindo o país com a firmeza   de um cachorro que caiu do caminhão de mudança e de forma mais desastrada que o trio de personagens de Moe, Larry e Curly, dos Três Patetas, passa por permitir a compra de combustível por associações e cooperativas de caminhoneiros direto das distribuidoras e, principalmente no  interior, dos produtores de biodiesel; aumentar imediatamente a produção de diesel nacional nas refinarias da Petrobras, abandonando a política parentista de importar cada vez mais combustível norte-americano que tem que ser pago em dólar; e parar de vender de maneira frankensteiniana, a preço de banana, como se de um cadáver se tratasse, pedaços da estrutura da Petrobras para os gringos, fazendo com que a empresa se veja impedida de ganhar em todas as fases - do poço ao posto - os recursos de que necessita para cumprir, agora e em longo prazo,  o seu papel estratégico de abastecer o país. 

4 de jun. de 2018

O TCU E OS “PREJUÍZOS” DO BRASIL NA VENEZUELA E EM CUBA.



(Do blog com equipe) - A imprensa informa que o Tribunal de Contas da União estaria “investigando” as administrações  petistas por supostos prejuízos dados ao BNDES, com o financiamento, em condições subsidiadas, de governos “vermelhos”, como os de   Cuba e Venezuela, na construção de obras como o Porto de Mariel e o metrô de Caracas.
O financiamento da exportação de serviços e obras para o exterior vem do tempo dos governos militares, vide as obras da Mendes Jr. no Iraque, por exemplo.
Segundo publicado, os "subsídios" a Cuba teriam ocorrido no prazo concedido para pagamento, com 300 meses para pagar no lugar dos 120 usuais.


Tudo isso, na extraordinária quantia de 68 milhões de dólares, oito vezes menos do que o Brasil exporta por dia; 0,03% do 1 trilhão de reais que, segundo o impostômetro, foi arrecadado pelo governo neste ano, até ontem, 4 de junho ; ou mais ou menos o que o governo federal transferiu do orçamento público para os  bancos, em juros, a cada 5 horas, no ano passado, sem gerar um miserável emprego, com relação aos que foram criados para brasileiros, dentro e fora do país, pelo projeto do Porto de Mariel, na engenharia, na fabricação e transporte de veículos e equipamentos, etc, etc, etc.

A imprensa brasileira também "informa" que o porto cubano seria um fracasso devido ao esfriamento da aproximação dos EUA com Cuba com a vitória de Trump e o pequeno número de empresas instaladas na sua zona de desenvolvimento até agora.

Até fevereiro deste ano, já estavam funcionando na zona industrial do porto a sul-coreana Arco33, a Womy Equipment holandesa, a francesa Bouygues, a portuguesa Engimov Caribe, a espanhola Tecnologias Constructivas, a Bihn Global do Vietnã, e até mesmo grandes multinacionais ocidentais como a UNILEVER e a Caterpillar..

Por outro lado, pode ser um equívoco achar que o projeto do Porto de Mariel foi feito pensando apenas na proximidade com os EUA, embora esta possa ser importante para ele no futuro.

O que está por trás do seu projeto é, principalmente, a construção pela China do canal inter-oceânico da Nicarágua, que concorrerá com o canal do Panamá, e que está programado para receber mais de 5000 navios por ano.

É para esse canal que o porto cubano operará como entreposto de containers, com o transbordo de mercadorias fabricadas na China para navios menores, para distribuição dirigida para seus clientes finais nos quatro quadrantes do Atlântico.     


Já no caso venezuelano, Caracas teria dado um “calote” de pouco mais de 300 milhões de dólares ao Fundo de Garantia à Exportação e  ao Banco Credit Suisse.


Vinte vezes menos, portanto, que o lucro que o Brasil teve no comércio com a Venezuela, apenas em 2012, quando o superávit com aquele país foi de 6 bilhões  de dólares - ou quase 20 bilhões de reais, com tudo o que isso representa em termos de empregos - líquidos - em nosso país para possibilitar a exportação de bens nesse valor.

Tudo isso alcançado graças, justamente, à política de aproximação com a Venezuela, obtida também, naturalmente, com o financiamento de projetos de engenharia naquele país pelo BNDES.

Como fazem, com seus bancos de fomento, em todo o planeta, as nações mais poderosas do mundo.


O EXIM, Export-Import Bank of the United States, o BNDES dos EUA - para quem defende que só se invista aqui dentro, um país com mais de 40 milhões de miseráveis  segundo o USA Census Bureau e sequer um sistema de saúde pública que possa atender mal e porcamente, como muitos afirmam que acontece aqui, o cidadão comum norte-americano - investiu, apenas nos últimos 5 anos,  140 bilhões de dólares no financiamento em exportações e obras no exterior, gerando, aproximadamente. 785.000 empregos.


O mesmo fazem outros bancos públicos semelhantes, do Japão, Coréia do Sul, China - o maior do mundo - e Alemanha.


Que, naturalmente, como qualquer quaisquer outras instituições financeiras, têm prejuízos em algumas operações e ganhos em outras.


Cumprindo todos eles, no entanto, um papel fundamental na projeção geopolítica de seus respectivos países no exterior, como tem que fazer, bem ou mal, o Brasil, que não pode ficar fazendo conta de padaria, tratando-se, como se trata, da nona maior economia e do quinto maior território e população da planeta.


Desta nobre esfera azul, na qual, ao contrário do que insiste em dizer o discurso neoliberal hipócrita e mendaz vigente, o Estado está cada vez mais forte e presente, como mostram exemplos como a própria China e o "pacote" de investimentos de um trilhão de dólares em infraestrutura, projetado pelo governo Donald Trump para reaquecer a economia dos EUA.     


Uma realidade que se faz questão de manter ignorada, quando não é ridicularizada e desprezada pela raça de vira-latas entreguistas e americanófilos apátridas em que estamos nos transformando.


Mesmo assim, se o negócio dos Ministros do TCU é medir um país como uma quitanda de esquina, pelas meras colunas de perdas e ganhos - como uma nação que não merece ter maiores preocupações estratégicas ou  legítimos anseios geopolíticos - vamos aos números, da Brasil Ltda (ou S.A,  como queiram) no tempo em que esteve sob a “antiga” direção, indicada pelo voto direto, entre os anos de 2003 e 2015, período no qual o PIB brasileiro em dólares  chegou a se multiplicar por cinco, depois de recuar - segundo estatísticas do próprio Banco Mundial, junto com a renda per capita - nos malfadados oito anos do governo neoliberal de Fernando Henrique:


Lula e Dilma deram um prejuízo de menos de 400 milhões de dólares ao Brasil em empréstimos do BNDES a empresas brasileiras  - para a criação de empregos com essas operações, para brasileiros, dentro e fora do Brasil, por meio da exportação desses serviços para Cuba e Venezuela?


Não, senhores conselheiros do Tribunal de Contas da União.


Na ponta do lápis, eles deram mais de 800 vezes esse valor, em dólares, de lucro ao país, com o pagamento da dívida com o FMI, de 40 bilhões de dólares em  2005, e o acúmulo de mais 380 bilhões de dólares em reservas internacionais - boa parte delas em comunistíssimas aplicações em títulos do governo norte-americano - que nos levaram à condição que ainda conservamos, a duras penas - de quarto maior credor individual externo dos Estados Unidos, como os senhores podem conferir no site oficial do tesouro dos EUA, procurando por mayor treasuries holders no Google.


Sem aumentar - como se mente descaradamente por aí - a dívida pública, já que tanto a Bruta como a Líquida foram entregues por Dilma Roussef a Michel Temer em patamares inferiores aos que estavam, com relação ao PIB, às vésperas de Lula assumir o poder, em dezembro de 2002.

Os governos Lula e Dilma deram prejuízo ao BNDES?


Não que se saiba, por mais que se tente enganar e manipular a população brasileira.


Fora os mais de 1.2 trilhões de reais deixados em reservas internacionais, eles ainda legaram ao país, no caixa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, mais 260 bilhões de reais em dinheiro, que foram usados criminosamente pelo governo Temer para pagar “adiantadamente” ao Tesouro uma dívida que poderia ser liquidada, como estava programado, em 30 anos.


Uma verdadeira montanha de recursos que poderia ter sido utilizada na retomada de obras interrompidas de forma suicida pela justiça nos últimos quatro anos.


Para tentar substituir ao menos alguns das centenas de milhares de empregos eliminados sem nenhuma necessidade - para investigar corruptos não é preciso nem se deve massacrar empresas e riqueza, trabalhadores, investidores, acionistas, fornecedores - pela autêntica bomba de nêutrons da Operação Lavajato.


Seria bom que certos órgãos - cuja assessoria tem plena ciência desses dados - e certa mídia deste país, parassem agir como se estivessem se esforçando para ludibriar o Brasil permanentemente, mostrando apenas um dos lados da moeda.


Por mais que se tente, com isso, imbecilizar a nação, a verdade é que nem todos, neste país, pertencem à  espécie - que vem se multiplicando, nos últimos tempos, principalmente na internet, como vermes imersos em chorume - dos idiotas e energúmenos.