24 de mai. de 2019

ADEUS ÀS ASAS


VLS

(Da equipe do blog) - Como se vê pelos sucessivos golpes sofridos pelo Brasil nos últimos anos, Deus não dá asa a cobra, nem muito menos os gringos.


Se uma nação depende delas para elevar seus sonhos, daquelas com que fantasiava Santos Dumont às que decoravam nossos caças na Segunda Guerra Mundial ou os aviões da Panair, às que foram  pintadas na fuselagem de nossos mísseis e foguetes, em tantos projetos gerados no ITA e no INPE e testados em bases como Barreira do Inferno, foi criminosa, para dizer o mínimo, a estúpida aprovação pelo Congresso, neste mês particularmente maldito para a História brasileira, da lei temerista de abertura de 100% do mercado nacional de aviação civil a empresas estrangeiras, à véspera da abertura dos portões da Base Espacial de Alcântara para os EUA.

Se nos países mais desenvolvidos fosse praticado esse tipo de ignomínia, travestida de pseudo liberalismo,   os Estados Unidos, como já dissemos aqui, não teriam limitado por lei a no máximo 49% a participação estrangeira nesse mercado, e a União Europeia não exigiria, também por lei, a presença de capital europeu majoritário - estatal ou privado - para explorar esse tipo de  atividade.
Considerando-se outro crime de lesa-pátria, a permissão para a venda da Embraer para a Boeing, uma empresa agora profundamente desacreditada - e  ameaçada de processos bilionários por parte de clientes de todo o mundo - devido ao retumbante fracasso do projeto 737 Max, com o veto da decolagem de centenas de aviões já vendidos e entregues  em razão da alta possibilidade de despencaram do céu como jacas, completa-se a acelerada e abjeta rendição, em poucos meses, da indústria aeronáutica brasileira, do mercado nacional de aviação de passageiros e do programa espacial brasileiro aos estrangeiros, transformando-nos cada vez mais naquilo que para os EUA e os europeus, jamais deveríamos deixar de ter sido: uma colônia atrasada, submissa e acanalhada, controlada por um bando de babaquaras apátridas, entreguistas e irresponsáveis.

E que não nos venham com discursos mentirosos e austericidas.

Com todos os seus problemas, graças a governos anteriores, o Brasil continua tendo as décimas maiores reservas internacionais do mundo, no valor de 380 bilhões de dólares, e continua sendo, apesar de tudo, o quarto maior credor individual externo, depois da China e do Japão e coladinho na Inglaterra, dos Estados Unidos.