21 de mar. de 2014

O BRASIL E A AMAZONBRAS


(Hoje em Dia) - A notícia da retomada do garimpo ilegal de diamantes, na Terra Indígena Roosevelt, situada nos estados de Rondônia e de Mato Grosso, com o envio dessas pedras, por meio de contrabando, para outros países, nos leva a refletir, pela enésima vez, sobre a transformação da Amazônia em uma gigantesca Casa da Mãe Joana onde qualquer um faz o quer, burlando-se, impune e descaradamente, do Estado Brasileiro.


É incalculável o valor do verdadeiro assalto a que, nós, cidadãos brasileiros, teoricamente proprietários do patrimônio da União, somos submetidos naquela região.


São milhões de dólares em ouro, diamantes, bauxita, madeira, sementes, plantas, espécies animais, roubados, todos os dias, nos milhões de quilômetros de território amazônico, e desviados, majoritariamente, para o exterior.


Se o governo contasse com uma empresa para proteger e explorar, organizadamente, em benefício da Nação, essas riquezas, elas estariam dando lucro para o país, e não para os marginais que as estão explorando agora.


Não se pode dizer que não há dinheiro para isso, porque uma empresa como essa se autofinanciaria, gerando milhares de empregos, por meio da exploração e lapidação desses diamantes; da extração e beneficiamento; para exportação, de madeira das terras da União; do desenvolvimento de novos remédios e patentes; da exploração e fundição do ouro arrancado de rios que estão sendo destruídos, assoreados e envenenados por mercúrio nas centenas de garimpos ilegais existentes no Norte do país.


O Governo poderia enviar, imediatamente, ao Congresso, projeto criando - mais uma vez vamos tocar nesse assunto - uma Amazônia Brasileira S.A, com capital majoritariamente estatal, e participação de investidores nacionais e estrangeiros, para tocar, inicialmente, subsidiárias voltadas para as áreas de mineração, madeira, turismo e biotecnologia.


A Amazonbras poderia captar bilhões de dólares na bolsa e no exterior, e colocar, paulatinamente, um limite ao laisse-faire  e ao descalabro que impera no norte do país, onde nem a União, nem os Estados, nem os municípios, têm condições de fiscalizar e controlar o que ocorre em áreas que são, em alguns casos, maiores, que a extensão territorial de muitos países.


Estamos construindo submarinos – um deles a propulsão nucelar - comprando fragatas e navios de patrulha, e investindo bilhões de dólares para proteger nossas águas territoriais.


É um contra senso fazer isso com relação à Amazônia Azul, e permitir que nossas imensas riquezas amazônicas, em terra firme, continuem sendo descaradamente espoliadas, à vista de todos – e de outras nações – por um exército de contrabandistas e de corruptos.

Ou esses recursos naturais beneficiam a todos os brasileiros, organizadamente, ou só nos restará assistir a Amazônia continuar sendo impiedosamente explorada e destruída, até que ela se transforme em um angustiante e melancólico retrato na parede.

2 comentários:

Anônimo disse...

Prezado Mauro,

O mais lamentável é que a maioria dos marginais a que você se refere está encastelada nos aparelhos de Estado. Já houve, e ainda deve haver, funcionários da União, empregados ou comissionados, que conduziam a pesquisa mineral em benefício próprio, usando pessoal e equipamento públicos. Principalmente de diamantes. O Estado brasileiro, portanto, está seriamente comprometido pela atuação desses personagens. Lamentavelmente, vem se tornando um Estado cada vez mais opressor e esbulhador da imensa maioria do povo. Grato por sua atenção, Marco.

Walfredo disse...

Nada impede que um líder de esquerda convoque a todos nós para criarmos essa empresa, na forma de s.a., com venda de ações e participação pela internete, pagas com cartão de crédito, ou via depósitos bancários, como na doação para José Dirceu e cia. A empresa atuaria na amazônia e na mídia nacional, financiando nossas campanhas.