30 de jul. de 2013

A PONTA DO ICEBERG

(HD)-  Um agente da ABIN, identificado como Igor Pouchain Matela, foi preso no dia 18, em manifestação no Rio de Janeiro,  ao tentar  impedir a prisão de Carla Hirt que atirava pedras contra a polícia, e estava em sua companhia. A informação sugeriu novas indagações a propósito da infiltração, nas manifestações, de grupos organizados.
Tão grave quanto a presença de um agente federal de inteligência, teoricamente treinado para defender as instituições, estar presente em uma passeata que terminou de forma violenta, nas cercanias da residência de um governador, é o fato de a ABIN, em nota oficial, admitir que não tinha informações prévias da manifestação, e dela soube  pelos jornais.
O mínimo que se espera, por parte da área de inteligência, é que esses eventos sejam monitorados, ou, pelo menos, que deles tenha  prévio conhecimento: qualquer pessoa com acesso a um computador é capaz de fazê-lo. Como sabemos, é mediante as redes que se marcam as manifestações.
 Deve ser do interesse da ABIN, assim como da Polícia Federal e das organizações policiais dos estados, saber o que está ocorrendo. Essa previsão é necessária, não para reprimir os protestos pacíficos, garantidos pela Constituição, mas pela constante presença de grupos organizados de arruaceiros, interessados em destruir o patrimônio público e privado, e em provocar a repressão das forças policiais - com desastrosas conseqüências para a governabilidade.
O episódio da prisão do agente da ABIN, no Rio de Janeiro, se soma a outro fato curioso, no contexto das manifestações: recordemos aqui a denúncia de um cidadão que se intitula integralista, Marcio Hiroshi, de que o movimento do qual participa estaria usando grupos de “carecas” para tumultuar as passeatas, atacando militantes de partidos e as forças policiais.
 Pelo noticiário, pelo menos um membro da PM de São Paulo teria sido visto quebrando com pesada pedra o pára-brisa da própria viatura, e um fuzileiro naval detido, durante a frustrada invasão do prédio do Itamaraty.
Finalmente, há três dias, algumas centenas de manifestantes mascarados dos Black Blocs partiram mais uma vez para a violência, quebrando 13 agências bancárias na Avenida Paulista. A arruaça contribuiu para paralisar a cidade com  engarrafamento de dezenas de quilômetros.
Estranhamente, embora ocorrida em São Paulo, a manifestação de sexta-feira estava dirigida principalmente contra o Governador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro. Compreende-se que o Governador Sérgio Cabral, com apenas 12% de aprovação nas últimas pesquisas, não esteja vivendo, neste momento, uma fase de grande simpatia por parte do público.
Mas, com certeza, não é mero fruto do acaso ter sido ele o primeiro dirigente político a merecer manifestações contrárias fora de seu estado, e ao mesmo tempo, ter sido o primeiro governador a  designar uma Comissão Especial para investigar os atos de vandalismo que têm ocorrido no Rio de Janeiro.
  

2 comentários:

Anônimo disse...

O Jacobskind também falou sobre o assunto:

http://www.diretodaredacao.com/noticia/mentira-grosseira-para-desviar-atencao

Anônimo disse...

Prezado Santayana,

Comissão esta fundada em medidas ilegais e designada a cometer ilegalidades contra os cidadãos do estado do Rio de Janeiro. Parece-me que o governador Sergio Cabral é o principal fomentador de toda esta situação por que passa o estado. Cabe a ele, sim, e somente a ele, toda a sorte de desordens e mal-estar por que passamos. Grato por sua atenção, Marco Aurélio