13 de dez. de 2011

O BRASIL E OS TEMPOS DE CRISE


Sarkozy teme que a Europa exploda, e quer uma solução urgente para o problema econômico do continente. O Tratado de Roma, de março de 1957, envelheceu. As confederações, e a Europa Unida é uma delas, têm a vigência das circunstâncias, amarradas ao perigo ou à esperança, mas se dissolvem quando um estado ou um grupo de estados pretendem nelas exercer a hegemonia. Assim ocorreu com a Confederação de Delos, que havia unido o mundo grego contra os persas. Ela sucumbiu diante do imperialismo ateniense, que levou à Guerra do Peloponeso. A definitiva dissolução ocorreu com a invasão de Filipe da Macedônia, em 378 a.C. – e a Grécia, também nisso, foi um modelo de todas as confederações e impérios do Ocidente.
O mundo chegou a essa exasperação da crise por falta de estadistas. Chegamos a uma situação na qual Ângela Merkel e Sarkozy resolvem ditar o comportamento dos demais países da Europa, e encontram o contraponto de um velho rival histórico, a Inglaterra – também sob o poder nominal de outro governante medíocre, David Cameron. Todos eles estão fazendo de conta, porque quem está mandando não são eles: é o quase senhor do mundo, o Goldman Sachs Bank que, neste momento, exerce o poder de fato e de direito na Itália, com Mário Monti; na Grécia, com Lucas Papademos; e dirige a economia de todo o continente, mediante o Banco Central Europeu, com Mário Draghi. Todos os três são empregados do Goldman.
Houve, ontem, importante encontro no Itamaraty, promovido pelo Embaixador Gilberto Sabóia, presidente da Fundação Alexandre de Gusmão, para discutir a atualidade das relações internacionais. Foram convidadas personalidades do mundo acadêmico, para tratar do assunto, sob o foco da crise política e econômica mundial. Na parte da manhã, que se concentrou nas relações diplomáticas e no estado político do mundo, intervieram os professores Carlos Milani, da Uerj; João Daniel de Almeida, da Universidade Cândido Mendes; Alcides da Costa Vaz e José Flávio Saraiva, da UNB. Na parte da tarde, dedicada aos aspectos econômicos da crise, falaram Antonio Correa de Lacerda, da PUC, de São Paulo; Antonio Jorge Ramalho Rocha, da UNB; Ricardo de Medeiros Carneiro, da Unicamp, e Márcio Pochmann, presidente do IPEA. Mas, mesmo as análises econômicas foram, como é natural, conduzidas pelas preocupações políticas.
A conclusão de quase todos os expositores é preocupante: temos que mobilizar a nação inteira, a fim de nos confrontar com o futuro em que todos os cenários de catástrofe são prováveis – entre eles os da guerra em prazo curto ou, se dela escaparmos, de nova configuração do poder que não nos serve – se a inteligência do mundo não optar pelo multilateralismo e a autodeterminação dos povos, como regra para a arbitragem dos conflitos.
O problema atual se iniciou com o fim da guerra fria, quando a desregulamentação transferiu para o poder financeiro as decisões políticas, com o esvaziamento dos estados nacionais. Para se ter uma idéia, o mercado de capitais, sob o domínio dos grandes bancos, movimenta hoje de 5 a 6 vezes o PIB mundial – e o de derivativos é também alucinante: seu volume é equivalente a 435 trilhões de dólares, ou seja cerca de 30 vezes o PIB dos Estados Unidos. As instituições criadas com o fim da 2ª Guerra Mundial perderam seu sentido, a partir do Acordo de Bretton Woods, que deixou de existir no momento em que se abandonou o padrão ouro como garantia do dólar norte-americano, por decisão unilateral de Washington. Isso trouxe, na definição de um dos participantes, tempestade de dólares sem lastro sobre o mundo.
A desregulamentação - com o fim do Welfare State - permitiu o desatino, de que hoje todos os povos são vítimas, entregues à voracidade do poder financeiro. Um poder financeiro ( e essa é a opinião do colunista, não do encontro) dominado por criminosos, como os já identificados de Wall Street, entre eles o ex-senador por Nova Iorque e ex-governador de Nova Jersey - depois de ter sido presidente do Goldman Sachs - Jon Corzine, que ontem pediu desculpas aos clientes de sua corretora MF Global. Diz não saber aonde foram parar mais de um bilhão de dólares dos recursos de seus clientes, que ele administrava.
As perspectivas não animam. No melhor dos cenários, como apontou o professor Medeiros Carneiro, a China e os Estados Unidos, em parceria, assumem o condomínio do mundo. No pior dos cenários, o futuro, como vem sendo, será decidido pelas armas.
De um modo geral todos concordaram que nós, brasileiros, temos agido no caminho certo. Mas ainda é pouco: é necessário investir pesado na educação. Temos muitas universidades e muitos alunos, mas, com a exceção dos centros de excelência das universidades públicas, a qualidade do ensino é lastimável. Como assinalou Pochmann, só temos 5% dos jovens na idade própria freqüentando as universidades, enquanto no Vietnã – massacrado e arrasado pelos norte-americanos – essa relação é de 34%. Como sabemos, o problema é de base: a educação elementar, no Brasil, é das piores do mundo.
Pochmann demonstrou que as grandes corporações associadas ao capital financeiro, dominam hoje o mundo: os ativos dessas grandes empresas transnacionais correspondem a 47% do PIB mundial. Não se subordinam aos estados nacionais: os estados nacionais é que se subordinam aos seus interesses.
O Embaixador Baena Soares, que moderou o encontro da manhã, lamentou a ausência da imprensa, em dois encontros internacionais ocorridos recentemente em Manaus, um deles entre todos os paises que compartilham da soberania amazônica. Em tom bem humorado, lamentou que Lady Gaga ali não estivesse, para atrair todos os grandes meios de comunicação. No encontro de ontem, no Itamaraty, estava presente um atento jornalista chinês, o que não deixa de ser uma advertência.

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2 comentários:

Probus disse...

O cartel do Federal Reserve: As oito famílias

16.06.2011

por Dean Henderson [*]

Os Quatro Cavaleiros da banca (Bank of America, JP Morgan Chase, Citigroup e Wells Fargo) são os donos dos Quatro Cavaleiros do Petróleo (Exxon Mobil, Royal Dutch/Shell, BP e Chevron Texaco); em sintonia com o Deutsche Bank, o BNP, o Barclays e outros monstros europeus das velhas fortunas. Mas o seu monopólio sobre a economia global não se esgota no xadrez do petróleo.

De acordo com o relatório 10-K para a SEC, os Quatro Cavaleiros da Banca estão entre os dez maiores acionistas de praticamente todas as empresas da Fortune 500. [1]

Então quem são os acionistas destes centros bancários de dinheiro?

Esta informação é um segredo muito bem guardado. As minhas indagações junto das agências reguladoras da banca, no que se refere aos proprietários das ações dos 25 maiores bancos norte-americanos que possuem companhias, foram respondidas ao abrigo da Lei da Liberdade de Informação, antes de serem recusadas com base na "segurança nacional". O que é bastante ridículo, na medida em que muitos dos acionistas da banca residem na Europa.

Um importante repositório da riqueza da oligarquia global que é dona destas companhias na posse da banca é a US Trust Corporation - fundada em 1853 e atualmente propriedade do Bank of America. Um recente diretor e curador honorário da US Trust Corporate foi Walter Rothschild. Outros diretores incluíram Daniel Davison do JP Morgan Chase, Richard Tucker da Exxon Mobil, Daniel Roberts do Citigroup e Marshall Schwartz do Morgan Stanley. [2]

J. W. McCallister, da indústria petrolífera com ligações à Casa de Saud, escreveu no The Grim Reaper que informações que obteve de banqueiros sauditas referiam que 80% do Federal Reserve Bank de Nova Iorque - de longe o ramo mais poderoso do Fed - estavam na posse de apenas oito famílias, quatro das quais residem nos EUA. São elas os Goldman Sachs, os Rockefellers, os Lehmans e os Kuhn Loebs de Nova Iorque; os Rothschilds de Paris e de Londres; os Warburgs de Hamburgo; os Lazards de Paris; e os Israel Moses Seifs de Roma.

O CPA Thomas D. Schauf confirma as afirmações de McCallister, acrescentando que dez bancos controlam todos os doze ramos do Federal Reserve Bank. Menciona o N.M. Rothschild de Londres, o Rothschild Bank de Berlim, o Warburg Bank de Hamburgo, o Warburg Bank de Amsterdã, o Lehman Brothers de Nova Iorque, o Lazard Brothers de Paris, o Kuhn Loeb Bank de Nova Iorque, o Israel Moses Seif Bank de Itália, o Goldman Sachs de Nova Iorque e o JP Morgan Chase Bank de Nova Iorque. Schauf lista William Rockefeller, Paul Warburg, Jacob Schiff e James Stillman como indivíduos que possuem grande quantidade de ações do Fed. [3] Os Schiffs são preponderantes no Kuhn Loeb. Os Stillmans no Citigroup, casaram-se no clã Rockfeller no início do século.

Eustace Mullins chegou às mesmas conclusões no seu livro ' The Secrets of the Federal Reserve', em que exibe gráficos ligando o Fed e os bancos seus membros às famílias Rothschild, Warburg, Rockfeller e outras. [4]

O controlo que estas famílias de banqueiros exercem sobre a economia global não pode ser sobrestimada e é intencionalmente um segredo bem guardado. O seu braço nos media empresariais é rápido a desacreditar qualquer informação que divulgue este cartel privado de banqueiros centrais como uma 'teoria da conspiração'. Mas os fatos subsistem.

ÍNTEGRA NO LINK ABAIXO:

http://port.pravda.ru/busines/16-06-2011/31741-cartel_fed_reserve-0/

cardoso disse...

Esse governador dos paulistas, GERALDO ALCKMIN, cometeu o mais irritante e desmoralizante abuso de poder de todos os tempos, como que o brasileiro fosse um zero à esquerda, um debilitado sem consciencia e sem sentimento e o povo paulista, uma bosta, ao demitir numa verdadeira afronta à Constituição brasileira e desmoralização a 190 milhões de brasileiros, o Delegado de Polícia de seu Estado São Paulo, Sr. Dr. FREDERICO COSTA MIGUEL, tão somente por ter cumprido o dever constitucional ao dar voz de prisão ao bandido togado Francisco Orlando de Sousa, então Juiz de Direito daquele Estado, promovido Desembargador 10 dias após o cometimento do crime, únicamente para blindá-lo e livrá-lo da aplicação legal da Lei à que todos nós estamos sujeitos e caso fosse esse crime cometido por mim ou por qualquer outro cidadão pai de família, trabalhador, honesto e honrado, estaria cumprindo o resto de sua vida atrás das grades. Como cidadão brasileiro vindo de décadas passadas onde um Juiz de Direito no Brasil era a autoridade mais respeitada do país, inclusive até em relação ao Sr. Presidente da República e hoje, devido a isso e tudo que acontece no Poder Judiciário onde poucos de seus membros cumprem o dever com honra e dignidade e tem a coragem de falar a verdade sobre a Justiça à quem servem definindo-a bem e sem hipocrisia como fez a valorosa e honrada Procuradora ELIANA CALMON, sinto-me cagado até a alma, por esse indignante e desonrante despautério cometido pelo Sr. Governador Geraldo Alckmin. Senhores paulistas e povo brasileiro destemido e corajoso que constroem e mantem um país dentro do Brasil como é o Estado de São Paulo, exijam imediatamente desse Governador que voces fizeram, a reparação da grande injustiça e burrice cometida.