15 de jun. de 2016

ELE ESTÁ DE VOLTA.




O lançamento, na Europa, do filme "Ele está de volta", uma "comédia" "leve" sobre o que aconteceria se Adolf Hitler voltasse à Alemanha de nossos dias, com cenas de pessoas parando, na rua, para tirar selfies com o maior assassino da História; e o relançamento de sua obra-síntese, o "Mein Kampf" - "Minha Luta", em vários países - uma edição portuguesa esgotou-se em poucas horas, esta semana, na Feira do Livro de Lisboa - mostram que, mais do que perder o medo de Hitler, o mundo está, para com ele, cada vez mais simpático, no rastro da entrega - quase sem concorrência - dos grandes meios de comunicação globais a meia dúzia de famílias e de milionários conservadores que, se não simpatizam abertamente com o nazismo, com ele comungam de um profundo, hipócrita, e tosco anticomunismo, fantasma a que sempre recorrem quando seus interesses estão em jogo, ou se sentem de alguma forma ameaçados.
 

Como também mostram o filme e o livro, e manifestações em vários lugares do planeta, defendendo a tortura, a ditadura, o racismo, o sexismo, a homofobia, o criacionismo, o fundamentalismo religioso, não é Hitler que está de volta.
 

É o Fascismo.
 

Um perigo sempre iminente, permanente, persistente, sagaz, que se esconde no esgoto da História, pronto a emergir, como a peste, com sua pregação e suas agressões contra os direitos individuais, a Liberdade e a Democracia, regime que não apenas odeia, como despreza, como um arranjo de fracos e de tolos, desprovidos de mão forte na defesa dos seus interesses.
 

Os interesses de uma elite "meritocrática" e egoísta, ou da elite sagrada, ungida por direito de sangue e de berço, na hora do nascimento.

6 comentários:

AlmeidaBispo disse...

Brechtinianamente falando... ela, a cadela do fascismo, está sempre no cio. É parte de nossos medos combinados com nossas preguiças e consequente busca por milagres. A Cidade dos Homens não pode falhar; porque, se falhar, logo virá a Cidade de Deus. Mesmo que seja um deus vagabundo qualquer.

Hélio Jorge Cordeiro disse...

Assisti e concordo com Santayana. De tempos e tempos comentemos os mesmos erros.

Herbert Marzall disse...

Assisti o filme. Muito instrutivo. Traz a todo tempo reflexões sobre a sociedade mundial de hoje.

blogdaexquina disse...

Coitado... Adolfo,diante dos próceres do neo nazismo tornou-se anacrônico. No máximo, seria uma fugaz atração na Dineylandia ou excêntrico vendedor de cachorro-quente, na Unter den Linden...

Eduardo Magrone disse...

"Em cada um de nós dorme um fascista e às vezes ele nunca desperta. Às vezes, porém, ele desperta sim." Dom Helder Câmara
Um fascista é gerado pelo tamanho de sua propensão ao ódio, conjugado com as circunstâncias. Temos 20% ou mais de nossa classe média, urbana, branca, escolarizada e rica (que adora chamar quem não pertence a sua estirpe de vagabundos, ignorantes, zé povinho etc.) que está adulando um supremo espertalhão que faz apologia de torturadores, despreza a democracia e elogia o estupro, porque sabe que pode despertar os piores sentimentos em amplos segmentos e, assim, elevar seu escore eleitoral. Ninguém nasce fascista, mas o fascismo começa a dormir dentro de cada um de nós, conforme somos politicamente educados para enfrentar o medo e as adversidades. A covardia é um traço típico daqueles que fogem de si mesmos, buscando encontrar no outro a fonte única de seus medos, incertezas e fraquezas.

Anônimo disse...

Acho inapropriado compararmos de maneira pejorativa as insanas atitudes do homem com ser animal. Cães, cadelas, são seres puros, nada tem haver com a loucura , com egoísmo, com a corrupção, inerentes ai ser chamado homem.