5 de mar. de 2016

UM MALUCO NA CASA BRANCA.







(Jornal do Brasil) - Mesmo com vitórias pontuais de seus concorrentes, a cada urna apurada nas prévias eleitorais norte-americanas, Donald Trump aproxima-se, cada vez mais, da condição de mais provável candidato do Partido Republicano dos Estados Unidos a disputar, provavelmente contra Hillary Clinton como aspirante a Presidente do Partido Democrata, as eleições presidenciais deste ano.
    
As chances de Trump ser eleito são aparentemente pequenas, mas, considerando-se a crise – quase que permanente - pela qual o capitalismo está passando e o processo de imbecilização crescente da população mundial, ligado ao crescimento de seitas mais ou menos fundamentalistas, ideias e propostas neo e ultraconservadoras – em muitos casos, simplesmente fascistas - na internet, sempre existe a possibilidade de que a loucura se imponha sobre um mínimo de razão, minguante, fazendo com que, como em um título de uma comédia de Hollywood, em breve se tenha - em caso de eventual derrota da senhora Clinton - Um Maluco na Casa Branca.

O relativo sucesso de Trump, até agora – mesmo que com a recomendação  contrária de expressivas lideranças do próprio Partido Republicano, deve servir de alerta ao Brasil.     

Se não houver um forte apelo ao bom senso, no sentido de um entendimento entre as principais lideranças políticas brasileiras, para conter a radicalização, o ódio ideológico e o imponderável, sempre existe a possibilidade do aparecimento, a cavalo do populismo, e da ignorância de um público cada vez mais raivoso, preconceituoso e burro, de um pequeno Donald Trump tupiniquim – não necessariamente loiro ou com peruca de asno – para disputar, e eventualmente ocupar, o principal cargo da República.

Afinal, como naqueles programas de televisão “sobrenaturais”, as coisas mais absurdas já vêm ocorrendo por aqui, e estão sendo tratadas, pelas instituições, e por uma parte retorcida e irresponsável da imprensa, como se fossem absolutamente normais.

Daí a se colocar Um Maluco no Palácio do Planalto, bastam apenas dois ou três passos.

Afinal, como se pode ver pelos “panelaços” e as redes sociais, politicamente boa parte da opinião pública está agindo como se usasse óculos 3D o tempo todo, para exagerar na distorção da realidade. 

E uma outra boa parte, viseiras.
    

4 comentários:

Anônimo disse...

Caro Mauro,

As vezes um "maluco na Casa Branca" é ou seria infinitamente melhor que a corrupta dinastia dos Clinton - que entre glorificar o "socialismo das elites", ganhar 400 mil dolares para fazer uma palestra de uma hora para o Goldman Sachs e abusar sexualmente de estagiarias, conseguiram levar as palavras "demagogia"e "desonestidade" a niveis não frequentemente vistos na Historia.

Luiz disse...

Um Maluco no Planalto já existe: Bolsonaro

Severi Lourenço disse...

-Oh ilustre amigo Santayna, cá no velho mundo, chamávamos Hitler, antes do golpe da cervejaria, de "caporal maluquinho" (ele era cabo da Westmarch) e ríamos, alegremente, de seus trejeitos, do bigodinho ridículo e do palavrório egocêntrico. Tivemos um troco tenebroso. Vosso alerta é importantíssimo: nenhum poder aos malucos!

Mauro Santayana disse...

Bem lembrado, Luiz e Severi, abraços!