4 de out. de 2012

O BRASIL E O PROTECIONISMO


A Presidente Dilma Roussef voltou a enfrentar ontem o protecionismo dos países desenvolvidos, durante o encontro da ASPA, cúpula América do Sul- Países Árabes, em Lima, no Peru.

Na segunda feira, o Brasil sofreu um ataque frontal e coordenado, da Europa, Japão,  Estados Unidos e Austrália na OMC – Organização Mundial do Comércio, que reclamaram da redução do IPI só para empresas que fabriquem aqui, e da exigência de conteúdo local de 60% na implantação da plataforma 4G na telefonia celular.

O Japão é um ferrenho protecionista e os EUA   perderam para o Brasil na  OMC, nos subsídios aos seus plantadores de algodão e na imposição de tarifas contra as exportações brasileiras de suco de laranja.

Com a Europa ocorreu o mesmo, nos subsídios da UE à produção de açúcar, e em sua imposição de taxas sobre a importação de frangos do Brasil.

Na América Latina, a campanha contra o “protecionismo” brasileiro, tem sido movida pelo México, país a que o Brasil fixou o limite de cotas, há alguns meses, para a venda de automóveis  ao Brasil.

A imprensa mexicana divulga que o Brasil assim decidiu porque a sua indústria automobilística  seria mais moderna e competitiva do que a brasileira – o que não  é verdade.

O México, com conteúdo “local” médio de apenas 35% em seus carros, apenas monta – devido aos seus baixos salários – peças de automóveis fabricadas em terceiros países, que o estavam usando para entrar com seus carros, sem pagar imposto, no Brasil.

E mesmo assim, só o faz – como ocorre com tudo o que “maquia” - porque conta com os EUA logo ali, do outro lado da fronteira, como destino para 90% de “suas” exportações.

Infelizmente para nossos irmãos mexicanos, por causa de sua dependência ao mercado dos EUA, do turismo dos Estados Unidos, e das remessas de dólares de seus emigrantes, o México  se transforma, cada vez mais, em  extensão do espaço econômico norte-americano.

Com o Brasil, a situação é totalmente diferente. Vendemos, em parte mais ou menos iguais, de cerca de 20%, para a China, Estados Unidos, América do Sul, Europa e o resto do mundo. E somos o principal produtor ou exportador mundial de uma dúzia de commodities de primeira necessidade, e de produtos de alto conteúdo tecnológico, como aviões.

Aqui, o conteúdo local em automóveis é de 65%, na média, e o governo trabalha para que chegue a 70% até 2017. A nossa indústria automobilística não produz carros sofisticados. Produzimos carros preferencialmente para o nosso povo. Não visamos principalmente o mercado externo, como é o caso do México. Lá, como são montados carros top de linha, só uma minoria de cidadãos consegue comprar um carro zero feito em seu país.



Um comentário:

Eduardo Albuquerque disse...

Prezado Mauro,

Creio que chegou a hora de mobilizarmos as pessoas para que a CPMI do Cachoeira convoque o Gurgel e o Civita para deporem,mesmo que ele fiquem calados durante a sessão.
O que importa é a luta politica. Mobilização que decorra em outros atos.
Poderemos utilizar o avaaz ou petição on line para coletar assinatura. Ou de forma mais direta enviar emails para os membros da CPI numa determinada data. Creio o abaixo assinado teria mais peso. Nos daria noção de números mais exata.
Temos, ao meu ver, que empurrar os conservadores para as cordas. Partir para um outro patamar de luta
além das denúncias na blogesfera.

Eduardo Albuquerque
Recife-PE